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Fernando Souza
Médico, professor do departamento de Cirurgia da
UFSM
Os hospitais universitários são parte fundamental dos Cursos de Medicina a eles vinculados. Os alunos, após os semestres iniciais de disciplinas básicas, vem complementar e solidificar seus conhecimentos dentro dos seus muros, aprendendo na prática o que a teoria propõe e muito mais do que isso, a como tratar um paciente, entender seus problemas como um todo e lutar para resolvê-los à luz do que de mais moderno a ciência médica dispõe neste sentido. Para tanto deve participar de um ambiente científico que não só siga os preceitos médicos mas também crie conhecimento através de pesquisas bem orientadas e desenvolvidas. Tudo isso direcionado para uma extensão ou assistência mais eficiente para a população de pacientes que necessitam dos seus serviços e que, sejamos francos, é quem paga por tudo isso.
Então, esta tríade ensino, pesquisa e extensão é a razão de ser dos hospitais universitários não se admitindo uma sem as outras como gêmeos xifópagos de três cabeças.
Ocorre que infelizmente, isto parece não mais prevalecer e parte de uma premissa bem atual - não há recursos para tudo, temos de optar pelo mais importante.
E o que é o mais importante: ensino, pesquisa ou extensão?
Diante da dificuldade de responder, me reporto a uma experiência pessoal quando , há muitos anos, fazia mestrado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e fui à Brasília solicitar recurso financeiro para compra de um equipamento fundamental para pesquisa que desenvolvia. O recurso foi negado sob o argumento de que “em um país que morrem milhares de pessoas de doenças infecciosas e parasitárias, não podemos nos dar ao luxo de despender recursos em pesquisas sofisticadas de retorno duvidoso para a sociedade”.
Desde então o raciocínio é basicamente o mesmo, “adoecem e morrem muitos de dengue, a pesquisa é elitista e como toda pesquisa, nem sempre se obtém o resultado esperado, oitenta por cento dos casos são de simples solução não necessitando de conhecimento sofisticado, então vamos investir tudo na assistência”.
É o nosso terceiro-mundismo.
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