CSP-Conlutas defende unidade contra reforma da previdência
Publicada em
28/01/16 12h23m
Atualizada em
28/01/16 12h34m
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Dirigente da Central afirma que entidades governistas blindam o governo
Em 2012 ocorreu uma das greves dos servidores públicos federais mais fortes dos últimos anos. A coesão se deu porque naquele momento houve a compreensão de que era preciso ter unidade para construir o movimento, que foi construído pelas diversas centrais sindicais, desde a CSP-Conlutas, passando pela CUT, CTB e independentes. Ano passado, no entanto, não houve acordo, pois as centrais próximas ao governo Dilma Rousseff preferiram fazer uma blindagem diante da crise política instalada. Em 2016, a tentativa é de construir uma unidade contra as políticas de ajuste fiscal, em especial a reforma da previdência. A análise é de Paulo Barela, da coordenação da CSP-Conlutas, que esteve presente na abertura do 35º Congresso do ANDES-SN, em entrevista à assessoria de imprensa da Sedufsm.
Barela ressalta que a reforma da previdência, que é uma das principais bandeiras de luta deste ano, também inclui a exigência de que sejam revogadas as reformas anteriores, de 2003 e 1998. O sindicalista diz também que outro ponto importante na pauta que vem sendo construída pelo fórum de entidades do funcionalismo federal é a exigência de revogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que é um canal para desvio de recursos de áreas como saúde e educação para o pagamento da dívida pública, afora os itens relacionados à questão salarial e direitos das categorias.
Paulo Barela destaca que o Espaço de Unidade e Ação, que reúne as entidades e sindicatos dispostos a lutar, definiu que é preciso buscar a unidade, mesmo com setores ligados à CUT, porém, ele sublinha que não se tem a ilusão de que isso se dará em cima de frentes em defesa do governo. “O problema do governo não era o (Joaquim) Levy, mas a política que é implementada pelo centro de governo, pela presidente Dilma”.
Espaço Unidade de Ação
Na sexta, 22 de janeiro, cerca de 160 pessoas de diversos estados, de 62 entidades dos movimentos populares, sindical e estudantil, participaram da plenária sindical e popular do Espaço de Unidade de Ação, realizada no Sindicato dos Metroviários em São Paulo (SP). No encontro foi reafirmada a necessidade da realizar um novo ato nacional unificado no primeiro semestre de 2016 e a construção de um bloco que defenda os direitos dos trabalhadores e fortaleça as lutas que estão em curso. Além da realização de uma manifestação no dia 1° de maio, no Dia do Trabalhador, de caráter classista e independente.
Segundo os participantes, a conjuntura enfrentada em 2015 não foi fácil para os trabalhadores, que sofreram as consequências das medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, e de retirada de direitos. E para 2016, o anúncio de novas medidas como as reformas da previdência e trabalhista ameaça ainda mais estes direitos. Assim como o ataque patronal que tem se intensificado, com demissões, fechamento de empresas e tentativa de retirada de direitos, como forma de manter as margens de lucro das empresas.
Alexandre Galvão Carvalho, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPSF) do ANDES-SN, contou que a crise política e econômica no país deve se agravar em 2016 e que, diante deste cenário, foram definidas estratégias e ações que visam fortalecer as mobilizações contra os patrões e os governos. “É necessário mobilizar toda a classe trabalhadora contra esses ataques que vêm sendo empreendidos, principalmente, na retirada de direitos. Além da manifestação no dia 1°de maio, iremos concentrar os nossos esforços para realizar um ato nacional contra as reformas da Previdência e Trabalhista, que ainda será discutido na reunião da coordenação nos dias 19 e 20 de fevereiro, nos moldes do que foi a Marcha Nacional dos Trabalhadores no dia 18 de setembro de 2015 em que reunimos 15 mil pessoas em São Paulo. Temos que mostrar a classe trabalhadora uma alternativa diferente a esses dois blocos que estão postos, que fomente a mobilização de massas, em contraposição ao governo e à oposição de direita”, finalizou.
Para ler mais sobre a reunião, clique aqui.
Texto: Fritz R. Nunes com informações do ANDES-SN
Foto: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm