Estudantes de Medicina protestam contra atendimento no Husm SVG: calendario Publicada em 02/05/16 18h40m
SVG: atualizacao Atualizada em 02/05/16 18h41m
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Direção do Hospital rebate que teria havido negligência no caso da estudante que faleceu

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Protesto na manhã desta segunda, junto ao Centro de Ciências da Saúde (CCS)

Dezenas de estudantes do curso de Medicina da UFSM protestaram na manhã desta segunda, 2, junto ao prédio do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Eles reclamam de uma suposta negligência do Hospital Universitário (Husm), local em que a estudante do curso, Carolina Ponzi, foi atendida no Pronto-Socorro por suspeita de estar contaminada pelo vírus da gripe H1N1, na quarta (27). Liberada após 5 horas de “observação”, Carolina acabou falecendo na sexta, 29.

Conforme o estudante de Medicina, Marlon Maders, colega de Carolina, que cursava o 5º semestre, a estudante não teria recebido os cuidados necessários ao chegar na unidade com febre e tosse. Segundo ele, a acadêmica teria sido atendida por dois ‘doutorandos’, que são alunos que cursam os últimos semestres do curso e que são orientados por preceptores (médicos). Maders diz, inclusive, que o prontuário de Carolina teria sumido, o que dificultaria o acesso para saber que tipo de atendimento ela teria recebido. Segundo ele, a estudante saiu do Husm sem o devido amparo, tendo passado pelo Hospital da Guarnição (HGU) e depois no Hospital de Caridade, no qual teria pago médico particular e aí feitos os exames necessários.

As críticas dos estudantes, que inclusive vão realizar uma assembleia nesta terça, às 12h, no prédio 26 (CCS), para abordar, entre outros assuntos, a situação do Hospital Universitário, são rebatidas pela direção da unidade hospitalar, hoje gerida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

A assessoria de imprensa da Sedufsm encaminhou três questões à direção do Husm. A primeira questionando se a estudante foi atendida por estudantes ou por médicos; a segunda era questionando o nome dos médicos, até para que se possa dirimir essa dúvida. Na fala de Maders, ele diz que esse detalhe é importante, pois estudantes não podem autorizar exames, somente profissionais habilitados. E a terceira pergunta questiona se foram feitos exames nas cinco horas em que Carolina esteve lá. Em depoimento publicado no jornal Diário de Santa Maria está dito que a acadêmica passou cinco horas “sob observação”, sem especificação se foram realizados ou não exames.

Resposta e sigilo

Na resposta encaminhada pela assessoria de comunicação do Husm, a informação é de que Carolina Ponzi foi atendida e medicada no início da noite de quarta, 27, por uma equipe de emergência, na qual constavam dois médicos preceptores. No texto enviado por e-mail, nem o nome dos médicos e nem o tipo de procedimentos ou de exames são  revelados por alegação de que há um sigilo nesses casos preconizado pelo Ministério da Saúde. A nota também ressalta que foi promovida tanto uma ficha de atendimento quanto um prontuário da paciente.

A íntegra do e-mail da direção do Husm

" A paciente deu entrada no Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) por volta das 19h de quarta-feira, 27 de abril, foi examinada e medicada pela equipe da emergência. Entre os profissionais estavam dois médicos preceptores. Depois de 5h de observação, e por - até então - não apresentar sintomas que a enquadrassem no protocolo para tratamento de H1N1 (conforme determinação do Ministério da Saúde), a paciente foi liberada por volta das 0h27min do dia 28 de abril. O nome dos médicos, assim como o procedimento realizado e os exames solicitados fazem parte do sigilo de diagnóstico preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme artigo 5º, da portaria nº 1.820 de 13 de agosto de 2009, sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde:

" Toda pessoa deve ter seus valores, cultura e direitos respeitados na relação com os serviços de saúde, garantindo-lhe sigilo e confidencialidade de todas as informações pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de risco a saúde pública."

Todo paciente que chega para atendimento no Pronto-Socorro do HUSM é registrado no sistema próprio do hospital, momento em que é feito cadastro e aberta ficha de atendimento. Posteriormente, como norma do PS, é aberto o prontuário médico. No caso da paciente em questão, ambos foram realizados."

CCS

A assessoria de imprensa da Sedufsm também entrou em contato com a direção do Centro de Ciências da Saúde (CCS), ao qual é vinculado o curso de Medicina. Conforme o diretor da Unidade, professor José Edson Paz, ainda nesta segunda pela manhã, o vice-diretor, professor Renato Borges Fagundes, que é da área de Medicina, se reuniu com a diretora do Husm/Ebserh, Elaine Resener, buscando mais informações sobre a questão do atendimento à jovem.

Segundo Paz, que também recebeu uma comissão de estudantes que protestava, a versão do Husm é diferente da dos estudantes. A diretora Elaine Resener teria garantido que Carolina recebeu todo o atendimento necessário, e que o trabalho foi realizado por médicos.

Texto: Fritz R. Nunes

Foto: Divulgação

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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