Segmentos ocupam UFSM em dia de luta SVG: calendario Publicada em 16/06/16 21h52m
SVG: atualizacao Atualizada em 16/06/16 22h17m
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Panfletagem, marcha e conversa com reitor marcaram a data

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Atividades deste dia 16 de junho reuniram segmentos da UFSM e de fora da instituição

Essa quinta-feira, 16, foi definitivamente um dia atípico na UFSM. Seguindo deliberação de assembleia da categoria – que por sua vez atendia à indicação de reunião do setor das federais do Andes-SN – a data foi definida como “Dia de Luta em Defesa da Educação e do Serviço Público”. E na onda de ocupações promovidas pelos secundaristas em todo o país, inclusive aqui, no Rio Grande do Sul, surgiu a ideia: a quinta-feira seria o dia de ocupar a universidade. E assim nasceu o “Ocupa UFSM”, evento que reuniu diversas atividades durante a manhã e a tarde, e que tinha como objetivo chamar a atenção da comunidade acadêmica para os ataques ao serviço público – como os grandes e aparentemente intermináveis cortes de verbas da educação, por exemplo – mas também ressaltando a necessidade urgente de resistir a tudo que está posto. E como os ataques não se restringem às universidades, diversos foram os setores que se somaram na construção dos atos dessa quinta. Para além da Sedufsm, participaram também da construção do evento a Secretaria Regional RS do ANDES-SN, a Assufsm, o Sinprosm, docentes da base do Cpers Sindicato, o Sindicaixa, o Fórum de Mulheres de Santa Maria e a CSP-Conlutas. E essa pluralidade ficou evidente nas figuras que compunham o ato: docentes, técnico-administrativos em educação e estudantes, além de professores da rede estadual, em greve no momento, e que foram até o Campus para manifestar seu apoio.

Tendo isso em mente, o “Ocupa” abriu suas atividades ainda no início da manhã dessa quinta. Primeiramente reunidos em panfletagem no arco de entrada da universidade, na Avenida Roraima, próximo às 10h a manifestação saiu em caminhada pelo Campus tendo como destino final a administração central da UFSM. Aos pés do prédio, diversas foram as falas que criticaram os ataques à universidade e a possível leniência de instâncias e setores da administração com esse cenário. Além disso, os manifestantes cobravam a presença do reitor Paulo Burmann para que esse, pessoalmente, ouvisse as reivindicações do movimento e apresentasse suas perspectivas. Do contrário, a entrada no prédio da reitoria ficaria bloqueada. “É impressionante que o Conselho Universitário (Consu) ainda não tenha se manifestado sobre a crise, os cortes, as dívidas”, criticou o conselheiro da Sedufsm, Adriano Figueiró.

Ebserh

Não tardou muito e o reitor Paulo Burmann, acompanhado do vice, Paulo Bayard, desceu ao encontro dos manifestantes. Questionado sobre uma série de eventos envolvendo a UFSM, Burmann mostrou uma visão bastante otimista, citando números animadores a respeito da universidade. Ressaltou que mesmo com o cenário de crise a UFSM cresce, com todas as obras em pleno andamento, o que significa uma série de melhorias para o próximo período, além das condições atuais. Já nesse momento, alguns foram os instantes nos quais Burmann foi interrompido pela plateia que não concordava com uma tão positiva do momento da instituição. “Nós somos parceiros, embora possa parecer que não. Talvez não estejamos empenhados com a veemência que os senhores gostariam, mas somos parceiros”, declarou o reitor.

Para além disso, uma tônica, entre a maior parte das falas, foi a preocupante situação do Hospital Universitário de Santa Maria, o Husm. Segundo ressaltaram diversas intervenções, a precariedade na qual se encontra o Husm é ainda mais preocupante tendo em vista que, durante muito tempo, a entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a Ebserh, foi apontada como a única possibilidade de “salvação” para o hospital. Hoje, com a empresa plenamente instalada e a continuidade de diversos problemas – alguns já visualizados antes da entrada da empresa e, por consequência, não resolvidos –, a opção pelo acordo entre a universidade e a Ebserh foi colocado em cheque diversas vezes.

A esses questionamentos, o reitor evidenciou que não firmaria nenhum compromisso em cancelar o contrato com a empresa. Isso, segundo Burmann, seria impensável dada a falta de opções para o financiamento do hospital no momento. Além disso, Burmann defendeu que o Husm não passa por uma situação tão crítica quanto se diz, e que tão pouco vê na Ebserh a medida privatizante que as entidades acusam, ao que novamente foi questionado pela plateia. Por fim, o reitor propôs a realização de uma audiência pública, na qual estará presente, para avaliar a Ebserh e a situação do Husm. A proposta foi aceita de imediato pelos manifestantes – a data ainda será confirmada. Próximo ao fim da manhã, em questionamento sobre a assistência estudantil, os ânimos se acirraram e Burmann se retirou, afirmando que não discutiria naquelas circunstâncias.

Panfletagem e caminhada abriram as atividades

Como já dito, as atividades dessa quinta iniciaram logo nas primeiras horas da manhã, com o trancamento parcial da entrada da universidade para panfletagem. Em paralelo, uma grande faixa era confeccionada, trazendo algumas das pautas do movimento. A crítica ao PLC 257 – que prevê o congelamento de salários e o desligamento voluntário de servidores como medidas para conter a crise – e à PEC 395, que põe fim a gratuidade das atividades de cursos de especialização nas universidades públicas – receberam destaque. Além disso, a sequência e a intensificação dos cortes no orçamento das universidades foram duramente criticados. “Estamos aqui nos rebelando contra os ataques que herdamos do governo passado e que foram intensificados por esse governo ilegítimo”, declarou a secretária-geral da Sedufsm, Fabiane Costas. Durante a marcha pelo campus, o conselheiro do sindicato, Adriano Figueiró, também falou dos cortes, salientando os valores – públicos, noticiados pela imprensa – dos rombos no orçamento da UFSM. “Até quando vamos fingir que não está acontecendo nada”, questionou Figueiró, para mais tarde complementar: “Hoje é o dia de pensarmos o futuro que nos espera na universidade”. Fazendo coro a essa crítica, a diretora do Centro de Educação (CE), Helenise Sangoi, mencionou o impacto dos cortes em projetos estratégicos para o centro. “Nós perdemos o pacto nacional pela alfabetização na idade certa, perdemos o Pibid. O que mais falta a gente perder para entender o golpe?”.

Almoço e apresentação artística

Após o término da conversa com o reitor, próximo às 12h, um outro momento do “Ocupa UFSM” já estava sendo preparado, em frente ao Restaurante Universitário. Ali, nas churrasqueiras que a própria universidade dispõe, era feito um almoço coletivo para aquelas e aqueles que quisessem se somar ao evento. Além disso, nesse mesmo ambiente, no intervalo entre o após almoço e o início das atividades da tarde, Tom Pessoa e banda se apresentaram, marcando o primeiro momento artístico da agenda de atividades. Durante a tarde, uma outra programação já aguardava os manifestantes.

Texto e foto: Rafael Balbueno
Edição: Fritz Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm

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