Jornal da Sedufsm traz entrevista com Dermeval Saviani
Publicada em
02/01/17 16h57m
Atualizada em
02/01/17 17h05m
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Edição também ressalta o fortalecimento da mobilização entre os docentes
A escola é um lugar de disputa. Esse é o eixo central da análise feita pelo pedagogo e filósofo Dermeval Saviani ao jornal da Sedufsm. Na última edição de 2016, o impresso divulga entrevista realizada com ele, que também é professor emérito da Unicamp, durante visita a UFSM. Detentor de um vasto conhecimento sobre educação – tendo formulado as bases da pedagogia histórico-crítica -, Saviani explica o papel desempenhado pela escola nas diversas formas de organizações societárias já existentes, desde o escravismo, por exemplo, passando pelo feudalismo até chegar ao capitalismo – onde a instituição passa a ser lugar de disputa entre aqueles que a concebem como uma ferramenta de transformação social, e aqueles que desejam utilizá-la para manutenção do status quo.
Em meio a essa contextualização, ele analisa o projeto ‘Escola sem Partido’, localizando-o junto às forças conservadoras, que “ao invés de estarem formando indivíduos críticos, ativos e conscientes, estarão formando indivíduos conformados, adaptados, ajustados à ordem existente, portanto, elementos que, em lugar de atuar para transformar a sociedade, atuarão para contornar e reproduzir essa forma de sociedade”, diz Saviani em trecho da entrevista (pág. 6).
Mas esta edição traz ainda mais destaques. Se 2016 foi palco de tantas movimentações políticas – que, em alguns casos, superaram enredos fictícios tamanho drama e teatralidade envolvidos -, o jornal da Sedufsm que encerra o último ano não tinha como deixar de abarcar alguns dos principais momentos desse período conturbado e muito provavelmente já grifado na história brasileira como um dos maiores exemplos de que se os dominantes intensificam os ataques, os trabalhadores tendem a engrossar a resistência.
Nas páginas 4 e 5 do jornal que começa a ser distribuído em sua forma impressa – e está disponível para leitura online aqui -, o leitor pode percorrer uma linha do tempo da luta em Santa Maria. Ali estão registradas, em fotos-legenda, as ocupações estudantis, a greve docente e as diversas manifestações que agitaram a UFSM e a cidade nesses últimos meses, tendo como foco central o combate à PEC 55.
E como as investidas contra direitos sociais realizam-se de forma combinada, não se restringindo à esfera nacional, destacamos a mobilização do funcionalismo público estadual para barrar o pacotão de maldades do governador José Ivo Sartori (PMDB). Além dos já noticiados parcelamentos salariais impostos aos trabalhadores, muitos tiveram seu final de ano devastado pela notícia da extinção de fundações públicas gaúchas, orquestrada por Sartori e sua base aliada. Sobre isso, ler mais na página 7, que também traz informações sobre a tramitação da MP 746, de Reforma do Ensino Médio.
Também preenchem esta edição do jornal da Sedufsm o perfil de uma jovem docente da UFSM que pesquisa a cura para as dores advindas da esclerose múltipla (pág. 8) e uma dica de documentário sobre as ocupações secundaristas no Brasil.
Texto: Bruna Homrich
Imagem: J. Adams Propaganda
Assessoria de Imprensa da Sedufsm