Vídeo da Sedufm apresenta balanço sobre tragédia da Kiss SVG: calendario Publicada em 26/01/17 18h04m
SVG: atualizacao Atualizada em 26/01/17 18h08m
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Depoimentos avaliam os quatro anos após o incêndio, completados neste dia 27

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Quatro anos da tragédia lembrados em minidocumentário

Nesta sexta, 27 de janeiro, a tragédia da boate Kiss completa quatro anos. Foram 242 vidas perdidas e mais de 600 feridos no incêndio causado por irresponsabilidade dos proprietários da casa noturna, dos músicos da banda que usaram artefato pirotécnico inapropriado ao local, somados à deficiente fiscalização por parte dos órgãos públicos. Ao longo desses quatro anos, o processo se arrastou e, até o momento, ninguém está definitivamente condenado ou preso. Enquanto isso, quatro dos pais que perderam filhos na tragédia estão sendo processados pelo Ministério Público por calúnia e difamação.

Como forma de marcar a data, a assessoria de imprensa da Sedufsm produziu um material audiovisual, um minidocumentário (assista ao final desta matéria), através do qual ouviu os depoimentos de dois pais, justamente os que estão à frente da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia (AVTSM), Sérgio Silva e Flávio Silva; do atual delegado regional de Polícia, e um dos delegados do inquérito à época, Sandro Meinerz; e dos jornalistas Claudemir Pereira (de Santa Maria) e Carlos Wagner (ex-repórter de Zero Hora que participou da cobertura da tragédia).

Em aproximadamente 16 minutos de duração, o vídeo traz à tona, através dos depoimentos, questionamentos à forma como foi conduzido todo o processo, especialmente no que se refere ao papel do Ministério Público, Prefeitura de Santa Maria e Corpo de Bombeiros. Tanto Sérgio quanto Flávio desabafam que, para além da perda física dos filhos, sentem a “frustração” pela forma como as autoridades encaminharam a questão e defendem que esses órgãos que fazem parte do Estado e que deveriam defender os cidadãos, precisam ser modificados para efetivamente atender as expectativas da sociedade.

Inquérito policial

Na entrevista que consta do audiovisual, o delegado Sandro Meinerz destaca a importância do trabalho realizado, num curto espaço de tempo, considerado o maior inquérito criminal da história de Santa Maria. Ele ressalta em seu depoimento que a investigação não poderia deixar de apontar todos aqueles que contribuíram de alguma forma para que a tragédia ocorresse, sejam agentes públicos ou privados. Meinerz discorda da decisão do MP de limitar o processo basicamente à responsabilização dos proprietários e dos músicos.

O delegado disse textualmente que “é dever dos órgãos que trabalham nesse trabalho de persecução penal, (...) de busca de justiça, de colocar lá (no processo penal) todas as pessoas que têm que responder (...) ou seja, coloca as pessoas no processo e elas têm o direito e o espaço necessário para provarem, então, que não têm responsabilidade. Agora, não colocá-las no processo é automaticamente impedir a possibilidade de provar que elas têm envolvimento com o fato."

Papel da imprensa

No vídeo “Tragédia da Boate Kiss, 4 anos”, também são levantadas questões em relação ao papel dos meios de comunicação no pós-tragédia. Nos dias que se seguiram a 27 de janeiro de 2013, jornalistas dos principais veículos de comunicação do planeta estiveram em Santa Maria. Naquele momento, a ênfase se dava em cima do trágico, do luto e da emoção. Passados alguns meses, as repercussões políticas da tragédia já eram acompanhadas por uma minoria de repórteres.

Carlos Wagner, que atuou na cobertura do caso Kiss, especialmente no que se refere à repercussão político-administrativa, para o jornal Zero Hora (grupo RBS), avalia que "a mídia falhou violentamente na questão da Kiss, por não seguir batendo na questão.” E a consequência disso, segundo ele, que se aposentou recentemente, é que “quando a mídia para de bater, nós abrimos caminho para a impunidade."

Para o veterano jornalista de Santa Maria, Claudemir Pereira, que possui um site de notícias e também uma coluna política no jornal A Razão, quem melhor fez a cobertura da tragédia foram os veículos de comunicação que não eram da cidade. Segundo ele, justamente devido ao distanciamento crítico, evitando assim possíveis pressões locais, fossem elas econômicas ou políticas.

Sobre o que ainda esperar do trabalho da mídia em relação à cobertura do caso Kiss, Claudemir foi taxativo: “não espero nada”. E acrescentou: “não espero nada a não ser o acompanhamento processual”. A reflexão vem do também veterano Carlos Wagner: “E se acontecer uma nova Kiss? Nós estamos gerando as condições para que aconteça uma nova Kiss”.

Veja a íntegra do material produzido pela Sedufsm a seguir.

Texto: Fritz R. Nunes com a colaboração de Ivan Lautert e Rafael Balbueno

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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