Conselho indigenista denuncia violência contra povos originários SVG: calendario Publicada em 19/10/17 14h46m
SVG: atualizacao Atualizada em 19/10/17 15h10m
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Dados do próprio governo mostram 735 mortes de crianças indígenas em 2016

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O Conselho Indigenista Missionário publicou em seu site oficial o Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil com dados de 2016, que evidencia o aumento de diversos tipos de violência e ataques aos direitos dos povos indígenas. A publicação ressalta que os registros da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) apontam a alarmante ocorrência de 735 casos de óbito de crianças indígenas, menores de 5 anos, em 2016. No ano anterior, haviam sido registradas 599 mortes.

Segundo Matias Rempel, missionário no Mato Grosso do Sul e ex-integrante do Grupo de Apoio aos Povos Indígenas (Gapin) em Santa Maria, “o relatório serve como importante ferramenta de comprovação da fatídica situação em que se encontram os indígenas”, porque muitas vezes os seus relatos são desacreditados como discursos sem uma objetividade e um respaldo em dados que comprovem o que as populações indígenas falam denunciando suas situações.

No relato publicado no site do CIMI, o que se apresenta em termos de dados gerais demonstram uma situação alarmante de violência contra os povos originários. Em relação aos suicídios, os dados oficiais registram a ocorrência de 106 casos entre os povos indígenas no ano passado, 19 a mais que em 2015. Os números evidenciam uma realidade inquietante no estado do Amazonas, onde foram listados 50 suicídios nas áreas de abrangência dos Distritos Sanitários Ambientais (Dsei) Alto Rio Negro (6), Alto Rio Solimões (30), Médio Rio Purus (6), Médio Rio Solimões e Afluentes (6) e Vale do Javari (2).

Após a terceira solicitação enviada à Sesai, feitas através da Lei de Acesso à Informação (LAI), essa Secretaria, vinculada ao Ministério da Saúde, enviou ao Cimi dados, também preliminares, que apontam que em 2016 foram registrados 118 assassinatos de indígenas no país. Chama atenção o alto número de óbitos registrados na área de abrangência do Dsei Yanomami, um total de 44.

O Mato Grosso do Sul foi o segundo estado com a maior quantidade de casos registrados em 2016, com 18 assassinatos. Ainda em relação à violência contra a pessoa, houve o registro de 23 tentativas de assassinato; 11 casos de homicídio culposo; 10 registros de ameaça de morte; 7 casos de ameaças várias; 11 casos de lesões corporais dolosas; 8 de abuso de poder; 17 casos de racismo; e 13 de violência sexual.

Indígenas na resistência

Segundo Rempel, os indígenas já vêm conseguindo ocupar espaços de denúncias em nível nacional e também internacional que consigam explicitar ao maior número de países, o que o Estado brasileiro vem fazendo com as suas populações originárias. Além disso, continuam buscando alianças com os setores progressistas, participando de reuniões no legislativo e no judiciário tendo como objetivo o combate às propostas feitas pela bancada ruralista que hoje hegemoniza o poder político brasileiro. “A bancada ruralista hoje, em função da nova ofensiva do capital, vem forçando diversas leis contra os povos indígenas para a defesa dos seus interesses”,  ressalta.

O missionário reforça que o atual governo só aperfeiçoou e intensificou medidas que já vinham sendo aplicadas nos governos anteriores. Por isso, nesse momento de retrocessos, o Cimi não visualiza um horizonte de lutas na institucionalidade, de modo que a tendência no movimento indigenista seja a construção de luta popular independentemente do governo que estiver na gestão do Estado brasileiro. “Os indígenas continuam a sua marcha de 500 anos de resistência para cima do governo que for, construindo luta popular e ocupando permanentemente Brasília no sentido de barrar os retrocessos que vêm sendo propostos pela representação do agronegócio no Congresso”, defende.

O Relatório contém mais de 150 páginas com detalhadas informações sobre a violência contra os povos indígenas nos mais diversos estados brasileiros. Matias Rempel reitera ainda que os dados levantados pelo relatório são obtidos da própria imprensa hegemônica, o que é taticamente interessante por rejeitar qualquer contra-argumento que afirme ou questione a veracidade dos dados.

Você pode acessar o relatório aqui (http://bit.ly/2ikum37).

Texto: Germano Molardi, estagiário de jornalismo, com informações do CIMI.

Fotos: Divulgação

Edição: Fritz R. Nunes

Assessoria de Imprensa da SEDUFSM          

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