Ato público marca o 37º Congresso do ANDES-SN
Publicada em
25/01/18 11h43m
Atualizada em
25/01/18 11h50m
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Manifestação na terça foi em defesa da educação, contra reformas e extermínio negro
No segundo dia de realização do 37º Congresso do ANDES-SN, em Salvador, as professoras e professores presentes participaram de um ato público pelas ruas próximas ao campus da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), local do evento, que fica no bairro do Cabula. A manifestação teve como mote a defesa da educação pública, contra a reforma da previdência, e contra o extermínio do povo negro. A caminhada pelas ruas próximas à Uneb ocorreu já no início da noite de terça, 22. Além de carro de som, faixas e cartazes denunciavam, entre outras coisas, a precariedade da educação em todos os níveis: municipal, estadual e federal.
Durante a manifestação, representantes das seções sindicais do ANDES-SN se alternavam em falas no microfone, falando sobre a realidade de ataques aos trabalhadores em seus estados e demonstrando solidariedade à população negra soteropolitana, vítima da violência policial, e cobravam justiça aos mortos na Chacina do Cabula, que completa três anos no próximo mês. A rememoração se deve ao fato muito triste, ocorrido em fevereiro de 2015.
Naquela data, 12 jovens negros, todos entre 16 e 27 anos, foram mortos pela polícia com cerca de cem tiros, a maioria disparada de cima para baixo, em alvos já rendidos e sem possibilidade de reação, de acordo com relatório do Ministério Público Federal. Com surpreendente celeridade, os dez policiais envolvidos na chacina foram julgados e absolvidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Por receio de falta de isenção do estado da Bahia no julgamento do recurso e por força da pressão dos movimentos sociais locais, o Ministério Público Federal solicitou que o caso seja julgado pela Justiça Federal. No momento, o processo espera por decisão do Superior Tribunal de Justiça.
O bairro onde se localiza a Uneb apresenta o contraste social presente nas grandes capitais brasileiras. Enquanto parte da área é alvo da especulação imobiliária, outra é ocupada por comunidades como a Engomadeira, situada atrás da Universidade, onde a população pobre sofre com a falta de infraestrutura e constante repressão policial.
Julio Quevedo, presidente da Sedufsm e um dos delegados presentes ao 37º Congresso, participou da caminhada. Para ele, é importante que um evento como o do ANDES-SN, realizado na Bahia, no campus de uma universidade pública, também se disponha a dialogar com a comunidade, mostrar que a categoia docente se preocupa com os problemas enfrentados por populações da periferia.
O ato desta terça, 22, foi organizado pelo Fórum das Associações Docentes (ADs), que reúne as quatro seções sindicais do ANDES-SN nas universidades estaduais da Bahia – Uneb, Uefs, Uesc e Uesb.
Texto: Fritz R. Nunes com a colaboração do ANDES-SN
Fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm