Consu aprova código discente com prédio da Reitoria isolado pela PF SVG: calendario Publicada em 12/07/18 17h31m
SVG: atualizacao Atualizada em 12/07/18 17h33m
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Reitor Paulo Burmann fala em “dia mais triste” de sua gestão

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Veículos e agentes da Polícia Federal fizeram controle de quem podia acessar prédio da Reitoria

Em uma sessão que durou cerca de uma hora, o Conselho Universitário (Consu) da UFSM aprovou, na manhã desta quinta (12), a proposta de Código Disciplinar Discente (CDD), que já vinha em debate na instância máxima deliberativa da instituição desde sexta, 29 de junho, quando houve a interrupção com o protesto do segmento estudantil.

Para garantir que a votação ocorresse nesta manhã, evitando que nova ocupação dos estudantes se repetisse, como já havia acontecido na quarta e sexta da semana passada (dias 4 e 6), a reitoria contou com o apoio do aparato de segurança da Polícia Federal (PF), que isolou o prédio. Só os conselheiros tinham permissão de se dirigir até o nono andar, onde se localiza a sala dos conselhos. Em sua manifestação após a aprovação do Código, o reitor Paulo Burmann falou em “dia mais triste de sua gestão”.

Dartanhan Baldez Figueiredo, docente aposentado da UFSM, conhecido por fotografar manifestações culturais e sociais da cidade, foi um dos impedidos de adentrar ao prédio. Em seu perfil no facebook, Dartanhan protestou: “Estou na universidade desde 1972 e pela primeira vez sou impedido de entrar no prédio da Reitoria pela Polícia Federal. Nem nos anos de chumbo isto ocorreu”, reclamou ele.

Na sala dos Conselhos, após a aprovação dos pontos que ainda faltavam no CDD, a representação estudantil leu um manifesto em que reiterou a contrariedade à forma como foi construído o Código Disciplinar. Já entre os conselheiros, a grande parte das manifestações foi feita por docentes, que entenderam que havia necessidade de se garantir a segurança da reunião, que vinha sendo impedida pelos estudantes. A voz dissonante foi a do professor Luiz Carlos Nascimento da Rosa. Para ele, a universidade precisa de regramentos, mas frisou que os estudantes necessitam ter espaço para questionamentos e que, quando se fala em regras, não significa trazer de volta “as fogueiras” ou “o tronco”.

Maria Loura Silveira, técnico-administrativa aposentada e integrante do Conselho, reclamou do aparato de segurança policial, que teria atrapalhado a chegada dos conselheiros. Para ela, faltou o contraponto dos alunos na reunião desta quinta, o que levou a uma aprovação unânime do CDD. Na avaliação dela, os conselheiros acataram a maior parte das ponderações feitas pelo segmento estudantil.

Tolerância e intolerância

Em sua manifestação após a aprovação do Código Disciplinar Discente, o reitor Paulo Burmann lamentou a realização de uma deliberação pelo Consu ter que ser feita com o uso da força policial. Para ele, o dia era triste e as medidas tomadas resultam do que ele chamou de clima de “intolerância”. Para o reitor, as manifestações dos estudantes ocorridas por três vezes, ocupando a sala dos conselhos, evidenciaram a necessidade de regramentos na instituição.

Burmann considera que “exercitamos a tolerância ao máximo”, mas as ações que impediram o acesso, na sexta passada, à sala dos conselhos, e ao próprio gabinete do reitor por cerca de duas horas, justificam o uso de aparato repressivo policial. Para o reitor, são medidas “pouco simpáticas”, mas que precisavam ser tomadas. Ele chamou ainda as ações dos estudantes de “intempestivas” e “pouco maduras”, e que tiveram apoio de uma “vanguarda” da instituição.

Na análise do reitor, não há motivo para a gestão desviar de temas considerados polêmicos porque haveria desgaste. Para Burmann, o papel da gestão é resolver os problemas e não se esconder nos temas burocráticos. E o caso da implementação do CDD, que, segundo ele, não pretende discriminar ninguém, se arrastava na instituição desde 2011. O reitor adiantou também que, em breve, deve vir para o Conselho o debate sobre a comercialização de bebidas alcoólicas no âmbito do campus.

Denúncia política e jurídica

Mateus Lazaretti, vinculado ao Diretório Central de Estudantes (DCE), criticou pelas redes sociais a reitoria. Segundo ele, “cai a máscara do reitor que nos acusa de antidemocráticos. Querem as e os estudantes como na época da ditadura civil-militar: dentro da ordem, sem questionar, sem debater, apenas obedecer.”

Questionado sobre o futuro, tendo em vista que o Código já foi aprovado, Lazaretti diz que será estudada a viabilidade de medida jurídica contestando o CDD. Além disso, diz o estudante, seguirão fazendo a denúncia política da atual gestão da reitoria. Para ele, “o reitor demonstrou hoje como pretende dialogar, com a polícia intimidando os estudantes. Nunca nos fechamos ao diálogo, quem fez isso foi a reitoria”, acusou.

O “Código de Ética e Convivência Discente” passa a valer a partir de sua publicação, o que deve ocorrer no início da semana que vem. Confira aqui a matéria no site da UFSM a respeito da aprovação ocorrida esta manhã no Consu. Acesse também a minuta original.

 

Texto: Fritz R. Nunes

Fotos: Dartanhan Figueiredo

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

 

 

 

 

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