Brasília assiste a “tsunami” em defesa da educação
Publicada em
12/07/19 17h11m
Atualizada em
20/08/19 19h58m
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Manifestação nesta quinta reuniu estudantes, docentes e diversos outros segmentos
A capital federal do Brasil assistiu hoje a um verdadeiro “tsunami” em defesa da educação, mas também em oposiçao à reforma da previdência e contra as políticas do governo Bolsonaro que cerceiam direitos sociais. O protesto, inicialmente organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que realiza em Brasília seu 57º Congresso (Conune), teve adesão de diversas outras entidades e partidos políticos do espectro da centro esquerda. Durante a caminhada, que iniciou por volta de 10h30 em frente ao Museu da República e passou pela esplanada dos ministérios até o Congresso Nacional, inúmeras lideranças estudantis, sindicais e partidárias, fizeram pronunciamentos. O “tsunami” da educação é o qualificativo dado ao número crescente de manifestações (15M, 30M), com pautas em defesa deste setor.
O presidente do ANDES-SN, professor Antonio Gonçalves, usou a palavra para mais uma vez, assim como já tinha ocorrido em plenária do 57º Conad (que vai até domingo, 14), argumentar que a educação é a bandeira que unifica a todos, e por isso precisa ser desfraldada. Davi Lobão, do Sindicato Nacional de Trabalhadores do Ensino Básico e Tecnológico Federal (Sinasefe), criticou o governo de Jair Bolsonaro por querer “esconder” ons Institutos Federais (Ifs), que segundo ele, são os melhores do mundo. Lobão também conclamou a que todos apoiem o que promete, segundo ele, ser uma das maiores greves do setor de educação em décadas, que está sendo chamada para 13 de agosto.
CSP e UNE
Falando em nome da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Atnágoras Lopes ressaltou a necessidade de construção de uma nova greve geral, não apenas em defesa da educação, mas também para barrar a continuidade da reforma da previdência. O sindicalista criticou governadores de partidos de oposição ao governo Bolsonaro que apoiaram o projeto de desmonte da previdência.
Marianna Dias, presidente da UNE, que na maior do tempo coordenou o processo de intervenções, que ocorreram em cima do trio elétrico, destacou a importância de que segmentos como estudantes e professores estejam juntos na luta em defesa da educação.
Deficiência e invisibilidade
O ato teve participações de dezenas de coletivos estudantis, e também de entidades pouco conhecidas pela maioria das pessoas, como é o caso da ADD (Associações dos Discentes com Deficiência). Estudante de História da Universidade Federal do Pará (UFPA), Rosi Lobo Gonçalves, deficiente visual que faz parte da ADD, se manifestou criticando fortemente o governo Bolsonaro, que, segundo ela, ao cortar recursos da educação, condena os estudantes deficientes a um nível ainda maior de “invisibilidade”.
O evento encerrou junto ao gramado em frente ao Congresso Nacional, com discursos de lideranças de partidos como PDT, Psol, PT, PCB, PSTU e PCdoB. Todos criticando as políticas entreguistas do governo de Jair Bolsonaro e fustigando também a postura subserviente da maioria dos parlamentares aos interesses privatistas.
Estudantes falaram em 50 mil pessoas na manifestação, mas algumas lideranças sindicais avaliaram em 20 mil.
(MAIS FOTOS ABAIXO, EM ANEXO)
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm