Conselhos Superiores de 10 universidades federais já rejeitaram 'Future-se'
Publicada em
21/08/19 11h32m
Atualizada em
21/08/19 14h06m
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Decisão mais recente ocorreu nesta terça, 20, na Universidade Federal de Ouro Preto
Os integrantes do Conselho Universitário (CUNI) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) rejeitaram na manhã desta terça (20), no Centro de Artes e Convenções, por unanimidade, o programa do Governo Federal/MEC intitulado “Future-se”. O parecer contrário à adesão foi lido pelo presidente da comissão do CUNI, professor José Benedito Donadon-Leal, criada para analisar os objetivos do “Future-se”, seu impacto para a UFOP e para a comunidade acadêmica. A comissão contou também com a participação de representantes do ASSUFOP; Adufop; DCE-UFOP e da administração da UFOP.
A partir da decisão na UFOP já chegam a 10 o número de universidades federaia, nas quais os conselhos superiores rejeitaram o programa privatista do governo federal. São elas: Universidade Federal de Roraima (UFRR); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Universidade Federal do Amapá (Unifap); Universidade Federal do Rio Grande (Furg); Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Na Universidade Federal Fluminense (UFF) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os órgãos emitiram moções de repúdio ao projeto.
O parecer final da Comissão na UFOP decidiu pela rejeição integral ao Programa, “uma vez que este, irremediavelmente, fere cláusulas constitucionais ao dispor o patrimônio das instituições federais de ensino, que é da União, que é da sociedade, entregando-o à iniciativa privada”. A comissão ainda sugere que as autoridades universitárias se pronunciem em defesa da universidade pública e autônoma nas mídias locais e nas câmaras de vereadores das cidades que cediam a UFOP. Para a comissão, é fundamental ultrapassar as fronteiras da Universidade e levar ao conhecimento da população a importância da garantia de manutenção da universidade autônoma e com livre expressão de ensino, pesquisa e extensão.
Cortes
A reitora da UFOP, professora Cláudia Marliére, destacou o cenário catastrófico vivido pelas universidades e institutos federais de ensino após o corte de 30% nos orçamentos feito pelo MEC no primeiro semestre deste ano. “Caso esse contigenciamento continue, podemos até terminar o semestre letivo deste ano, mas com demissão de todos os terceirizados e corte das bolsas”, afirmou.
Fonte e foto: ASSUFOP
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)