UFSM Palmeira realiza testes da Covid-19 em mais de 10 municípios SVG: calendario Publicada em 29/04/20 19h14m
SVG: atualizacao Atualizada em 16/07/20 10h30m
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Campus está habilitado pelo Lacen e deve ampliar atuação a outros municípios da região

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(Foto de arquivo) Testes estão sendo realizados a partir dos laboratórios de Genética Evolutiva e Microbiologia.

Para aqueles e aquelas que defendem uma universidade pública forte, nunca é demasiado repetir o mantra que fala da função social que possui uma instituição de educação com esse perfil. Da mesma forma que nunca é demais contar histórias que ilustrem essa relação entre uma universidade pública e a comunidade na qual ela está inserida. E o campus da UFSM em Palmeira das Missões, em meio à crise sanitária do novo coronavírus, atendeu ao seu chamado enquanto universidade pública, gratuita e de qualidade. Desde a última quarta-feira, 22, o campus localizado no norte do Estado está habilitado para realizar o diagnóstico molecular da Covid-19 e tem aplicado testes em mais de 10 municípios da região. Segundo o diretor do campus, professor Rafael Lazzari, embora a situação trazida pela pandemia seja única, a ação para além dos muros da universidade não é uma novidade. “Na verdade o campus de Palmeira das Missões com pandemia, sem pandemia, ele sempre se envolveu fortemente em várias questões da região. Tanto em conselhos, comissões, projetos, atividades de saúde, da área da agricultura, ciências sociais. Enfim, a gente já tem um histórico enorme de extensão e de engajamento com a comunidade”, aponta Lazzari. Sobre a atual situação, o diretor do campus vai além e lembra da importância, para a sociedade, de uma universidade pública e forte. “Então hoje se torna um contrasenso as pessoas defenderem a diminuição de investimento na universidade pública e a universidade pública sendo vital na realização dos testes e ajudando a região”, conclui.

A testagem

Falando especificamente da testagem relacionada à Covid-19, tal processo está sendo realizado a partir dos laboratórios de Genética Evolutiva e Microbiologia, sob coordenação, respectivamente, do professor Daniel Graichen e da professora Terimar Moresco. Ao total, a equipe reúne 10 pessoas entre estudantes de graduação, pós-graduação e até egressos da instituição. No caso dos estudantes, todos são voluntários. A organização para a realização dos testes começou cerca de um mês atrás com a preparação do laboratório. Após esse primeiro ato foi o momento de adquirir reagentes, organizar a equipe e treiná-la, tudo a partir dos protocolos de biosegurança da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen). No dia 22 a equipe realizou o chamado teste zero. A partir do primeiro teste positivo a equipe enviou o resultado para o Lacen – conforme pede o protocolo do Ministério da Saúde e do próprio Lacen. O Laboratório Central então realizou uma contraprova e, com a confirmação de que a análise estava correta, o campus da UFSM foi credenciado para aplicação de testes com a mesma confiabilidade do Lacen.

Parcerias

Para Lazzari, é fundamental perceber a parceria que sociedade e universidade fizeram nesse momento. Na montagem do laboratório, por exemplo, o principal equipamento necessário veio a partir de uma doação, ao mesmo tempo que a UFSM coloca à disposição sua estrutura, corpo técnico e também materiais. “Obviamente que a universidade sozinha não conseguiria atender essa demanda. Nós recebemos a doação de um equipamento de uma entidade de Palmeira no valor de R$120,000,00. A prefeitura de Palmeira e outras prefeituras já adquiriram muitos insumos para a realização dos testes, então são milhares de reais que as prefeituras acreditaram em nós e nós como UFSM colocamos à disposição nossos laboratórios e nosso corpo técnico de professores e alunos que são capacitados para realizar esses testes. E é preciso dizer que a universidade também com a sua estrutura de laboratórios e a sua mão de obra de professores gratuita também tem investido na aquisição de EPI’s, de materiais, de pequenos equipamentos, para possibilitar que esses testes sejam feitos”, aponta o diretor do Campus.

Convênio com municípios

Os testes aplicados pela UFSM foram adquiridos por um consórcio de municípios da região. E a coleta do conteúdo a ser analisado é de responsabilidade das unidades de saúde de cada um desses municípios, a partir de um kit e um protocolo elaborado pelo campus da UFSM em parceria com o Centro de Operações Emergenciais (COE) de Palmeira das Missões. Feito isso, o material coletado é enviado ao laboratório no campus da universidade e os resultados são obtidos, em alguns casos, em menos de 12h – em que pese o fato de que o protocolo assegura um prazo regulamentar de até no máximo 48h para que o resultado seja apresentado. Quando algum dos processos parece estranho aos pesquisadores e pesquisadoras, o teste é repetido. A equipe está trabalhando de segunda à sexta e tem capacidade para a realização de cerca de 60 testes por dia – no momento tem realizado cerca de 15. Hoje os materiais adquiridos possibilitam até 2 mil testes. A universidade já conversa com a Coordenadoria Regional de Saúde e existe a possibilidade de ampliação das cidades atendidas. Segundo Lazari, com o andamento das conversas com a Coordenadoria é possível que a universidade passe a atender 20 municípios.

Ao final, para Lazzari, é fundamental perceber que todo esse processo volta em benefício para essas cidades. Em primeiro lugar, no que toca à saúde, obviamente. “A importância para a região é enorme, porque além de nós conseguirmos identificar os casos positivos para isolar esses pacientes, nós também vamos testar os profissionais de saúde que são a linha de frente de trabalho no combate ao Coronavírus. Então acho que esse é um ponto fundamental”, aponta. Mas além disso, o professor também fala da situação financeira desses municípios. “Para as prefeituras também tem uma outra vantagem: como o nosso teste sai muito mais barato que no mercado, para as prefeituras acaba sendo essa parceria também vantajosa porque o custo desse teste acaba sendo mais barato, e a gente sabe que as prefeituras muitas delas sofrem com arrecadação, com problemas financeiros”, conclui.

Outras frentes

Para além dos testes, o diretor do campus aponta que outras frentes também estão sendo construídas no combate à Covid-19, o que tem demandado muito trabalho, mas também retorna como algo gratificante. “Nós aqui estamos exercendo um papel enorme, não só na questão dos testes, estamos também no lançamento, junto com o campus de Frederico Westphalen, de um portal, um aplicativo de controle. Estamos atuando em diversas campanhas. Nós temos professores nossos ajudando a montar a UTI aqui em Palmeira. Então quer dizer, tem muita coisa que a universidade está fazendo, principalmente o Campus aqui de Palmeira. Nós fomos a primeira instituição aqui da região que começou a fazer testes. Então, quer dizer, é a contribuição que a gente pode dar. E a gente tá muito feliz com isso. Está dando muito trabalho, mas é ao mesmo tempo gratificante mostrar que a universidade pública tem o seu valor não só no ensino, mas na pesquisa e na extensão também”, afirma o professor.

Doações

A ação criada pela administração central da UFSM em parceria com a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) para coletar recursos que serão utilizados no combate ao novo Coronavírus, também pode ser destinada para a aplicação de testes em Palmeira das Missões. Para isso, basta, no momento da doação, preencher um formulário específico. Para saber mais, acesse aqui matéria da assessoria de imprensa do campus de Palmeira das Missões. Além disso, a assessoria também disponibiliza os canais de contato via o telefone (55) 9 8403-8542 ou através do e-mail assessoriapm@ufsm.br.

Texto: Rafael Balbueno
Foto: Laboratório de Microbiologia UFSM-PM
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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