A universidade é um alvo e não é de hoje, avalia diretor da Sedufsm SVG: calendario Publicada em
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Gihad Mohamad participou de 'live' promovida pela Associação de Pós-Graduandos

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Desacreditar a ciência também é parte fundamental do projeto do governo, segundo Gihad

O diretor da Sedufsm, professor Gihad Mohamad, participou na última quarta-feira, 6, de uma 'live' promovida pela Associação de Pós-Graduandos da UFSM (APG). O tema da conversa foi “a conjuntura da universidade” e fez parte de uma série de ações que a APG tem feito nas suas redes sociais com o título “live pela ciência da gente”. Nessa ideia já ocorreram debates sobre saúde mental, crise do capitalismo e a vida de pós-graduandos, cortes de bolsas e a produção de conhecimento, entre outros. As lives da APG tem contado com o apoio da Coordenadoria de Ações Educacionais e do Núcleo de acessibilidade através da interpretação da linguagem de libras.

Abaixo listamos alguns dos temas abordados por Gihad. A íntegra da live pode ser conferida ao final da matéria.

A universidade como alvo

Tendo como ponto de partida a conjuntura da universidade, o diretor da Sedufsm fez questão de destacar que a universidade não é um alvo recente. Pelo contrário. Apesar de alguns ataques se intensificarem nesse período de suspensão das atividades presenciais por conta da pandemia, a universidade tem seu orçamento estrangulado desde muito tempo, passando por todos os governos federais anteriores. Essas medidas sufocam a universidade economicamente e, no período mais recente, a partir da eleição de Jair Bolsonaro, ganharam reforço de ataques que levantam dúvidas sobre o papel e o valor da universidade pública, sempre a partir de notícias falsas ou distorções. Nesse sentido, o diretor lembrou a declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que as universidades públicas possuem plantações de maconha. Para Gihad, esses ataques explicitam um projeto ideológico contra a educação, mas que está acompanhado também de um projeto econômico, no qual o capital tenta avançar sobre as instituições públicas. Curiosamente, em plena crise do novo coronavírus, destacou Gihad, muitas são as universidades públicas que estão na linha de frente em suas comunidades, produzindo pesquisa e promovendo ações de solidariedade. Para o diretor da Sedufsm, esse movimento para além dos muros da universidade é fundamental e sustenta uma das grandes tarefas do momento: desconstruir o pensamento que desacredita a universidade brasileira e seu papel enquanto instituição pública. Ainda sobre esse ponto, o professor argumenta que a tentativa de difamar a universidade está diretamente ligada à ideia de difamar também entidades e organizações como sindicatos.

O valor da ciência

Somado à lógica de tentar desacreditar as universidades públicas brasileiras e estrangular seus orçamentos, Gihad também chamou a atenção para outro dos alvos prioritários do atual governo: a própria ciência. E isso, em meio a uma pandemia, avalia Gihad, tem potencial para produzir um desastre. Segundo o professor, no atual momento beira o inacreditável ter que provar todos os dias o valor da ciência e fazer isso, normalmente, em resposta a notícias falsas e distorções que questionam dados, estatísticas, pesquisas e tudo mais que o pensamento científico produz. Para ilustrar esses ataques – e o fato de eles não serem uma novidade – Gihad lembrou a demissão, por Bolsonaro, de Ricardo Galvão, presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (o Inpe). O motivo da demissão teria sido a produção de relatórios que mostravam o avanço do desmatamento na Amazônia. Os dados dos relatórios, no caso, estavam corretos. Já nas últimas semanas, a manifestação do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmando que o coronavírus é o “Comunavírus” evidencia que os ataques ao pensamento científico jamais deram trégua, segundo Gihad. Curiosamente, destaca o professor, enquanto a ciência brasileira é desacreditada, o Brasil se torna cada vez mais dependente da produção de ciência e tecnologia estrangeira – e esse é, para Gihad, exatamente o projeto do governo.

Desmonte do Estado

Para Gihad, como já dito, as universidades são um alvo, mas elas não são exclusividade. O projeto é mais amplo e pretende desmontar o Estado brasileiro e entregalo ao capital. Evidências disso são, por exemplo, a PEC do teto de gastos e a reforma da previdência. E novamente o diretor da Sedufsm trata de ressaltar que o desmonte do Estado não é uma novidade. Como lembra Gihad, a reforma administrativa, por exemplo, foi gestada ainda em governos dos Partidos dos Trabalhadores. Em paralelo a isso, o diretor destaca a manutenção do pagamento dos valores astronômicos da dívida pública. Além disso, aqui novamente Gihad fala sobre as campanhas de difamação do serviço público. Segundo o diretor da Sedufsm, propositalmente se insere a ideia de que o serviço público é um só e que todos os servidores ganham grandes salários, o que não é verdade.

Atividades à distância

Chegando a um dos grandes temas do momento, a execução de atividades via Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE), Gihad manifestou ser favorável à suspensão das atividades acadêmicas na UFSM. Segundo o diretor, muitos são os relatos sobre os problemas envolvendo a plataforma REDE, além da incapacidade do recurso de oferecer um ambiente educacional rico em debate e participação. Conforme destacou o professor, educação não é apenas ministrar conteúdos. Além disso, Gihad destacou que a suspensão do calendário permitiria à comunidade acadêmica parar e refletir sobre uma série de valores que hoje dominam a atuação docente. Para o professor, hoje o produtivismo retira a autonomia da produção acadêmica e esse seria um bom momento para promover tal reflexão.

Confira abaixo a live da APG na íntegra.

Texto: Rafael Balbueno
Foto: Reprodução APG
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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