Reitoria reafirma REDE como modelo em meio à pandemia, DCE discorda SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 18/05/20 13h10m
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UFSM foi uma das 6 instituições que adotou atividades a distância, de um total de 69 universidades federais

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Em reunião virtual do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSM (CEPE) na última sexta-feira, 15 de maio, o reitor Paulo Burmann voltou a reafirmar que o modelo Rede (Regime de Exercícios Domiciliares Especiais) é o mais acertado para o momento de isolamento social e suspensão das atividades acadêmicas e administrativas presenciais. Ao ressaltar que a adesão às atividades a distância não é obrigatória, ficando a cargo de cada estudante e professor, o reitor diz que a previsão para retorno da presencialidade é “pouco tranquilizadora” e que “não há sinais de arrefecimento da pandemia neste momento”. Para ver a reunião na íntegra, clique aqui

“Temos discutido com frequência diária as questões que envolvem o Regime de Exercicios Domiciliares Especial, tentando corrigir e ajustar aquilo que seja possível, com a clara percepção e consciência de que o REDE é optativo. Não tem havido qualquer tipo de pressão para que professores ou estudantes façam adesão ao Regime. Ao contrário, temos sinalizado a todos que se sintam absolutamente a vontade em relação ao contato com o REDE e às possibilidades que ele oferece, particularmente no que toca à manutenção do contato entre professor, estudante e a instituição como um todo”, diz Burmann.

A afirmação de que não há pressão envolvendo a adesão ao REDE, contudo, é criticada pelo DCE UFSM. Em intervenção durante a reunião do CEPE, o conselheiro estudantil Kauã Arruda diz que, mesmo não sendo, em tese, obrigatório, “muitos professores estão cobrando atividades que valem nota e presença através do REDE, e isso tem impactado muito a vida dos estudantes”. Recentemente, o DCE, alicerçado na decisão de diversos Diretórios Acadêmicos (DA’s) que se reuniram em uma reunião virtual do Conselho de Entidades de Base (CEB), lançou um abaixo-assinado pedindo o cancelamento do calendário acadêmico.

Arruda explica que o abaixo-assinado foi uma medida adotada após a entidade estudantil ter acesso às respostas dos mais de mil respondentes estudantes que participaram de uma pesquisa elaborada pelo DCE para saber como o segmento discente estava lidando com as atividades a distância e a saúde mental em tempos de pandemia. “O resultado dessas respostas foi de que o REDE não está conseguindo fazer seu papel de auxílio no ensino da universidade. Quero reafirmar, inclusive, que por diversas vezes solicitamos que essa pesquisa fosse feita institucionalmente, pelos canais da universidade”, diz o estudante, lembrando que o abaixo assinado teve, num só dia, 5 mil assinaturas. “Isso é resultado de que esse modelo [REDE] não está dando certo. A UFSM é uma das apenas seis universidades que estão adotando algum modelo de ensino a distância”, critica. O estudante ainda antecipou que, nos próximos dias, o DCE deve lançar um plano emergencial que poderá auxiliar a reitoria a pensar a recuperação de estudos.

De fato, em notícia publicada no último dia 14 de maio no site do G1, a UFSM era apontada como uma das seis universidades brasileiras que adotou aulas virtuais, entre as 69 universidades federais do Brasil. Burmann argumentou que a UFSM se distinguiria devido à REDE ter caráter opcional e não obrigatório.

Suspensão do calendário

Durante a reunião do CEPE, Burmann voltou a afirmar que não há discussões no âmbito da universidade sobre suspensão do calendário acadêmico ou cancelamento do semestre letivo. “Há aspectos legais que envolveriam o cancelamento do semestre. Quando tivermos as condições adequadas para a retomada das atividades presenciais, ela será feita com planejamento, ordem e antecedência para que todos possam se adequar a essa realidade. Não há nenhuma outra leitura que estejamos fazendo nesse momento. Os cursos, professores, unidades de ensino e este conselho [CEPE] é que vão definir o formato de como vai acontecer a recuperação dos conteúdos, ou o aproveitamento dos conteúdos que foram trabalhados durante esse período de exercícios a distância. A retomada não deve deixar ninguém para trás. Não é o mesmo processo de recuperação de uma greve, mas guarda algumas características com ela”, disse Burmann.

Conforme nota divulgada – e que pode ser lida, na íntegra, aqui – o DCE apresenta duas saídas para que estudantes não sejam prejudicados: ou a suspensão imediata do REDE, ou o cancelamento do semestre letivo. “Portanto, enquanto estudantes estiverem sendo prejudicados e não houver garantias efetivas e concretas de recuperação das atividades de forma presencial e com qualidade, de maneira que não haja sobrecarga para estes, nem prejuízo na formação, o DCE se colocará a favor da suspensão imediata do REDE - para que ocorra uma discussão ampla e democrática junto a todas as categorias a respeito do calendário acadêmico - ou o cancelamento do semestre”.

Enem

Burman ainda afirmou que a UFSM, em conjunto com outras universidades gaúchas, posicionou-se pela suspensão do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) junto ao Ministério da Educação (MEC). "Há uma tendência evidente de que o estudante de escola pública, por sua condição socioeconômica, tenha dificuldades de acesso às ferramentas e a um serviço de internet de qualidade para poder acompanhar essas atividades a distância. E mesmo assim não entendemos a atividade remota como substitutiva das aulas presenciais. Não dá para pensar que um dia poderemos abrir mão do docente, de sua relação pessoal e presencial com seus estudantes", diz Burmann, lembrando que a manutenção da data do Enem implicaria inclusive no calendário de ingresso dos novos estudantes nas universidades. 

No sábado, 16, publicamos matéria com opinião de professores e educadores populares acerca do adiamento do Enem. Leia aqui

 

Texto: Bruna Homrich

Imagem: Farol UFSM (Print)

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

 

 

 

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