ANDES-SN e CSP-Conlutas alertam para volta do ‘Future-se’ ao Congresso
Publicada em
29/05/20 15h45m
Atualizada em
29/05/20 16h07m
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Na visão das entidades, projeto intensifica privatização das universidades brasileiras
Na última quarta-feira, 27 de maio, o governo federal encaminhou o projeto do ‘Future-se’ de volta à Câmara dos Deputados. Quando apresentado anteriormente, encontrou muita resistência por parte de estudantes, docentes e movimentos sociais, que enxergavam nele uma tentativa de mercantilizar o ensino superior público através da inserção de Organizações Sociais dentro das universidades, desresponsabilizando, assim, o Estado de investir na educação pública. Diversos Conselhos Universitários de diferentes universidades o rejeitaram. Agora, em meio à pandemia do novo coronavírus, o projeto volta à pauta de discussão no Congresso Nacional.
O presidente do ANDES-SN e membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Antônio Gonçalves, diz que o governo de extrema direita dirigido por Bolsonaro visa avançar na pauta neoliberal através de programas como este. “Não tivemos acesso ao texto que foi enviado ao Congresso Nacional, por isso, não temos como fazer uma análise do conteúdo, porque ele vem se transformando ao longo do tempo, mas de um modo geral, nós, do Andes/SN, avaliamos que esse projeto foi enviado em um momento inoportuno, estamos em plena pandemia e, devido à restrição do rito no Congresso Nacional, deveriam tramitar projetos que venham minorar as consequencias da pandemia para a classe trabalhadora”, avalia Gonçalves, e complementa: “[…] estamos atentos e atentas, vamos nos debruçar sobre o texto final e dar continuidade a nossa luta por um projeto de educação a serviço da classe trabalhadora”.
Já a estudante e integrante do movimento estudantil Rebeldia, filiado à CSP-Conlutas, Mandi Coelho, diz que “estamos organizando os estudantes contra isso. Esse projeto é um absurdo, ano passado os estudantes fizeram várias mobilizações gigantes da educação contra ele, e é inadmissível que o centro do MEC nesse momento delicado de pandemia seja aprová-lo”.
O argumento do governo Bolsonaro para sustentar a defesa do ‘Future-se’ é de que o programa aumentaria a autonomia das universidades e sua possibilidade de captar recursos próprios. Contudo, na visão do ANDES-SN, da CSP-Conlutas e de muitas organizações sindicais e estudantis, o projeto fere de morte justamente a autonomia universitária, pois, a partir do momento em que a universidade coloca-se como dependente de recursos privados, a função social de sua pesquisa é penalizada.
Cabe lembrar que, em outubro do ano passado, o Conselho Universitário da UFSM, em reunião aberta, aprovou nota em que se posicionava contrário ao 'Future-se'.
Fonte: CSP-Conlutas
Foto: Arquivo/Sedufsm
Edição: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm