Greve por reajuste salarial e carreira completa 15 anos
Publicada em
11/09/20 17h34m
Atualizada em
11/09/20 17h39m
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Depois de 100 dias, governo não aceitou incorporar GED e GEAD e criou o professor Associado
Há 15 anos, no dia 5 de setembro de 2005, os docentes da UFSM entravam em greve por tempo indeterminado em conjunto com dezenas de outras Instituições Federais de Ensino (IFE). A assembleia que deliberou pelo movimento grevista ocorreu em 1º de setembro e contou com a presença de 137 professores (as), sendo que destes, apenas quatro votaram contrariamente e cinco se abstiveram. Foi a segunda greve ainda no primeiro mandato do governo Lula (PT). A primeira tinha ocorrido em 2003 e fora contra a Reforma da Previdência.
Na pauta de reivindicações, os pontos principais tratavam da questão salarial, com a reivindicação de que fossem incorporadas gratificações de estímulo à docência, tais como a GED e a GEAD, a estruturação de um novo plano de carreira, bem como um reajuste linear de 18%. A concessão por parte do governo Lula de 0,1% de reajuste salarial, apenas para driblar a Constituição Federal, acabou por insuflar o movimento paredista.
Além dos pontos citados, a luta por mais recursos para as IFE era uma bandeira presente. Conforme o então diretor da Regional RS do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch, que esteve na plenária da UFSM de 1º de setembro: “Do jeito que está, segundo a própria ANDIFES, o próximo passo poderá ser o de falência das universidades federais”.
Votação na plenária do dia 1º de setembro
O movimento grevista durou mais de 100 dias, sendo encerrado no dia 19 de dezembro de 2005, em função de que o governo havia dado por encerradas as negociações. Não foram atendidas as reivindicações de incorporação das gratificações e, o governo, sem ouvir os grevistas, implantou a criação na carreira do ‘professor Associado’, o que trouxe ganhos salariais para parte da categoria, mas prejudicou os docentes aposentados na condição de Adjunto IV, que não tinham mais como progredir até Associado.
Um dos docentes presentes à assembleia do dia 12 de dezembro, que deliberou pelo término da greve, professor João Carlos Gilli Martins (atual vice-presidente da Sedufsm), avaliara o resultado da luta da seguinte forma:
- É preciso enfatizar que a greve foi vitoriosa. Quando ela iniciou, o governo estava destinando R$ 300 milhões para ampliar os salários. Com a força do movimento, esses valores subiram para R$ 500 milhões e acabaram chegando a R$ 650 milhões.
Entretanto, em que pese a análise positiva, Gilli ressaltara que o Ministério da Educação tinha uma lógica que apontava para uma “privatização marrom”, na medida em que não respeitara princípios básicos como o da isonomia e da paridade.
Texto: Fritz R. Nunes com informações de Arquivo
Fotos: Arquivo/Sedufsm
Assessoria de imprensa da Sedufsm