Dia Nacional de Luta: docentes mobilizados pela vida e por direitos
Publicada em
25/03/21 15h46m
Atualizada em
25/03/21 16h24m
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Sedufsm participou de live e de Plenária Unificada com dezenas de sindicatos e movimentos sociais da região central
Em “Perdoando o adeus”, o grupo Teatro Mágico atesta: “a vida anuncia que renuncia à morte”. Em live promovida na última quarta-feira, 24, o diretor da Sedufsm Leonardo Botega, ao resgatar o trecho, faz a ele um acréscimo: os servidores (as) públicos (as) anunciam que renunciam à morte, à perda de direitos e ao individualismo.
“Nós hoje representamos o polo oposto em relação à morte. Estamos lutando pela vida. Nos reinventamos, nos reconstruímos, nos reorganizamos, transformamos nossas casas em ambientes de trabalho, abrimos mão de questões pessoais para tocar essa luta, que é pela sobrevivência e pelo bem comum. Estaremos sempre ao lado da população. Vamos em frente pela vacina, pelos direitos, pelo SUS”, diz o diretor, fazendo referência especial aos (às) docentes, técnico-administrativos em educação, estudantes e a todo conjunto de trabalhadores (as) que têm estado na linha de frente do combate ao novo coronavírus e se dedicado a vacinar a população.
De modo geral, a quarta-feira foi marcada por atividades de mobilização no país inteiro, já que a data foi apontada por sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares como Dia Nacional de Lutas, Mobilizações, Paralisações e Greves do Funcionalismo Público.
A Sedufsm, que teve a adesão ao dia 24 aprovada em assembleia da categoria, participou de duas atividades: além da live já referida, um pouco mais tarde, às 19h, a professora Márcia Morschbacher, diretora da seção sindical, participou da Plenária Unificada dos Movimentos Sociais pela Vida, convocada por dezenas de entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais da região central, tais como Sedufsm, DCE, CUT, Assufsm, Frente Brasil Popular, Levante Popular da Juventude, Sinasefe, Sindiserf, Simpro, Sindiágua, Juventude do PT, Coletivo Para Todos, Sintrajufe, PSOL, Movimento Nacional de Luta pela Moradia e CPERS.
Como Botega, Márcia também destacou a luta pela vida como central. “Estamos num quadro em que não há outro caminho que não seja a mobilização. É preciso dizer, em alto e bom tom, “fora Bolsonaro e Mourão”, além de levantar palavras de ordem que reivindiquem vacina e testagem para todos e todas pelo SUS, contra a reforma administrativa, pela recomposição dos orçamentos destinados à saúde, educação e às Instituições Federais de Ensino Superior, pela revogação da Emenda Constitucional 95, e em defesa da autonomia universitária e da liberdade de organização sindical”, apontou a docente.
Crise e serviços públicos desmantelados
Em sua participação na Plenária Unificada da região central, Márcia frisou alguns elementos que permitem caracterizar o governo Bolsonaro como catastrófico na gestão da crise pandêmica.
“Temos uma escalada no número de contaminados e óbitos por Covid-19. Há um colapso do sistema de saúde em praticamente todo o país. Aumenta o número de desempregados e desamparados. Há uma escalada nos ataques à democracia. E o governo Bolsonaro prossegue com uma política que ataca os trabalhadores e as trabalhadoras, retira direitos, faz reformas das mais diversas que visam privilegiar o grande capital e segue sem garantir vacina e testagem em massa para todos e todas pelo SUS”, critica a dirigente.
Márcia ainda comentou sobre os efeitos econômicos da crise e sobre a precarização das condições de acesso do povo trabalhador a itens essenciais à vida, como a alimentação.
“As multinacionais estão fechando suas fábricas no nosso país. As pequenas e médias empresas estão indo à falência. Prossegue a alta dos preços, a exemplo da carne. Tivemos, na virada do ano, o fim do auxílio emergencial de R$ 600 e o anúncio de um auxílio para o mês de abril provavelmente num valor muito inferior àquele que tínhamos no ano passado e que vai atender a um número bem menor de pessoas no nosso país. Há um quadro de piora generalizada nas condições de vida do povo trabalhador, somado à escalada da pandemia”, preocupa-se a docente.
No momento de maior emergência sanitária já vivenciada pelo país, o governo Bolsonaro vem propondo medidas e projetos para enfraquecer os serviços públicos e fragilizar os servidores e servidoras, seja através de reduções e congelamentos salariais, cortes de verbas, congelamento de concursos ou desmantelamento da carreira e da protetividade social.
“O ataque aos servidores e servidoras e o desmonte dos serviços públicos vem numa condição altamente dramática. Nós sabemos que quem está salvando vidas no país são os serviços e servidores/as públicos/as. Tivemos a PEC 186 e a reforma administrativa tem vindo a galope, o que vai demandar de toda a população e dos movimentos sindical e popular a mais ampla unidade de luta para impedir e barrar essa reforma”, pondera Márcia.
Escalada autoritária
Outro ponto comentado pela dirigente da Sedufsm na Plenária Unificada foi com relação à escalada autoritária que vem dando a tônica ao atual governo. Após uma série de indicações arbitrárias para as reitorias de diversas universidades e institutos federais, Bolsonaro agora tem se dedicado a pessoalizar as perseguições.
Dois exemplos citados por Márcia foram o dos professores Pedro Hallal, ex-reitor da UFPel, e Eraldo Pinheiro, ex-pró-reitor da mesma universidade, levados a assinarem um termo de ajustamento de conduta devido a críticas que realizaram ao governo Bolsonaro em evento da universidade; e o de Erika Suruagy, vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe- seção sindical do ANDES-SN), convocada a prestar depoimento na Polícia Federal, em inquérito criminal aberto para apurar a colocação de outdoors com críticas à política genocida de Bolsonaro no âmbito da pandemia.
“Na medida em que se amplia a ofensiva do governo sobre os trabalhadores, que a pandemia se intensifica e que as forças da classe trabalhadora se levantam para dar um basta, vem a sanha autoritária do governo no sentido de nos calar. Mas não nos calarão!”, afirma a docente.
Nacional
O Dia Nacional de Lutas foi marcado também por uma live do ANDES-SN, que pode ser vista na íntegra aqui, e por atos em diversas cidades, a exemplo de Rio das Ostras (RJ), Niterói (RJ), Maricá (RJ), São Gonçalo (RJ), Uberlândia (MG), Juiz de Fora (MG), Foz do Iguaçu (PR), Brasília (DF) e Vale do São Francisco (Petrolina e Juazeiro).
Texto: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm