Dica cultural: publicação discute o que é ‘fake news’ SVG: calendario Publicada em 26/03/21 11h19m
SVG: atualizacao Atualizada em 26/03/21 11h24m
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Professora Roséli Nascimento comenta material publicado pela Unesco

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Sextou na quarentena! Nesta sexta, 26, a dica cultural vem de Roséli Nascimento, do departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFSM. A professora sugere a leitura de uma publicação patrocinada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que objetiva discutir o que é desinformação, o que é má informação e o que é informação errada. Afinal, o que é fake news, conforme essa análise? Roséli sugere a leitura da versão em inglês do ‘manual para educação e treinamento em jornalismo’: ‘Journalism, fake news & disinformation: handbook for journalism education and training’. Boa leitura!


“Para começo de conversa: não existe fakenews. Calma lá! Não me tornei negacionista. A afirmação da qual parto se baseia na proposta de Posseti e Ireton (2018)*[1] para que abandonemos o termo ‘notícia falsa’ ou fakenews. A justificativa é de que se trata de um oxímoro, ou seja, um termo que combina palavras mutuamente excludentes. “Notícias” significam informações verificáveis de interesse público, e informações que não atendam a esses padrões não merecem o rótulo de notícias. Em suma, se é fake (falsa), não é news (notícia).

O que as autoras propõem no lugar? Que esse fenômeno seja apreendido e compreendido como um conjunto dos “transtornos da informação”, que incluem a “informação errada” (misinformation[2]), a desinformação (desinformation) e a má informação (mal-information).

Informação errada é a disseminação de falsidades ou imprecisões sem a intenção de induzir ao erro. A pessoa que dissemina informação errada o faz, em geral, de boa-fé, por falta de acesso a fontes confiáveis e necessidade de respostas imediatas para problemas prementes 

A desinformação é informação falsa ou enviesada que foi manipulada deliberadamente. A pessoa que produz e dissemina inicialmente esse tipo de informação tem objetivo de enganar o público.

Já a má informação se baseia na realidade, mas é usada de modo mal-intencionado para infligir dano em uma pessoa, grupo social, organização ou país. Ela é deliberadamente usada criar confusão em torno de determinada informação.

A obra recomendada é mais do que o recorte feito aqui. É um guia com propostas de boas práticas de ensino e de pesquisa em jornalismo. Como linguista, elegi o ponto que me ofereceu um novo olhar sobre os já familiares transtornos da informação, agora potencializados pelas novas tecnologias de produção e disseminação de conteúdo e pelo fenômeno da popularidade equiparada a legitimidade.  Nomear o fenômeno de forma adequada implica conceituá-lo da forma mais precisa possível para, então, interpretá-lo e tratá-lo de acordo.

Desinformação é fraude. É uma forma de corrupção. Causa danos individuais e coletivos. Desafortunadamente, temos constatado, pode custar milhares de vidas. Cada um de nós tem responsabilidade de combater a desinformação. Ela manipula nosso desejo ao direito de livre expressão e pode sabotar outros direitos, como por exemplo, o acesso à saúde. Um antídoto poderoso contra os vírus da desinformação é o letramento midiático crítico (em tempos de desinformação sobre eficácia de vacinas, eu acrescentaria ainda o letramento científico básico). Mas, por falta de espaço, isso é assunto para outra ocasião.”

IRETON, C.; POSETTI, J. Journalism, fake news & disinformation: handbook for journalism education and training, Paris: UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization), 2018. 128 pp. Disponível em https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000368647

 

[1] Material publicado pela UNESCO e disponível em diversas línguas, inclusive Português. Na medida do possível, recomendo a leitura do original em inglês. A tradução para nosso idioma, por vezes, um pouco rígida.

[1] Apresento os termos em inglês porque avalio que, neste caso em particular, há perda na tradução, senão no sentido, na falta de paralelismo formal dos termos.


Roséli Gonçalves do Nascimento

Professora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas – Curso de Letras - UFSM

Co-coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Ensino de Leitura e Redação – Labler.


Edição: Fritz R. Nunes
Imagens: Ufes; divulgação e arquivo pessoal
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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