Mais de 8 milhões de mulheres brasileiras perderam o emprego na pandemia
Publicada em
31/03/21 18h44m
Atualizada em
31/03/21 18h55m
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Aquelas que estão no mercado de trabalho recebem, em média, mil reais a menos que os homens
Apenas durante a pandemia do novo coronavírus, 1,6 milhões de trabalhadoras domésticas perderam seus empregos no Brasil. Dessas, 400 mil tinham carteira assinada e 1,2 milhões não possuíam vínculo empregatício formal. Os dados são do Dieese, que também apontou a disparidade na remuneração de homens e mulheres em 2020. Enquanto o valor pago pela hora de trabalho dos homens foi de R$ 45,83, a remuneração pela hora trabalhada das mulheres ficou em R$ 32,25. Em média, no último ano, os homens ganharam R$ 4.910, ao passo que as trabalhadoras mulheres receberam R$ 3.910, ainda que ambos os gêneros ocupassem os mesmos cargos ou possuíssem o mesmo grau de escolaridade.
Desemprego
Se a disparidade salarial é um dos males a serem enfrentados por aquelas que já estão no mercado de trabalho, o desemprego é um problema anterior que, até o terceiro trimestre de 2020, havia afetado 8,6 milhões de mulheres. Entre as mulheres não negras a taxa de desemprego cresceu 2,9 pontos percentuais. Já entre as mulheres negras, tal taxa cresceu 3,2 pontos percentuais, representando 19,8% dessa população.
Linha de frente
Se o principal adversário do coronavírus pudesse ser ilustrado, ele teria, na maior parte de seu rosto, feições femininas. Isso porque as mulheres são maioria entre profissionais da enfermagem que, desde março do ano passado, abrem mão de suas vidas pessoais, de suas famílias e mesmo de sua saúde física e mental para cuidar de pacientes infectados pela doença.
Ao todo, elas representam 65% dos mais de seis milhões de profissionais atuantes no setor público e privado de saúde, em todos os níveis de complexidade da assistência, conforme dados do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).
Segundo o Conselho Federal de Enfermagem, até o dia 9 de março de 2021, foram registrados 49.117 casos de Covid-19 em profissionais de enfermagem - sendo 85,25% em mulheres; e 648 óbitos, sendo 66,98% de mulheres.
Mães docentes em trabalho remoto
Há algumas semanas, publicamos, em nosso site, uma matéria com depoimentos de professoras da UFSM que são mães de crianças e estão em trabalho remoto via Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (REDE) e em atividades de pesquisa e gestão. Entre os principais problemas relatados estão a sobrecarga e trabalho, o esgotamento emocional e o sentimento de que não é possível dar conta de tudo. Leia a reportagem.
Texto: Bruna Homrich
Imagem: Rede Brasil Atual
Assessoria de Imprensa da Sedufsm