Sérgio Pires, 'mestre' e 'guru' SVG: calendario Publicada em 03/03/2005 SVG: views 202 Visualizações

Quando em 1984 ingressei como professor na UFSM, tive a oportunidade de conviver com várias personalidades universitárias, às quais reputo a minha identificação com o movimento docente. Entre elas, o professor Sérgio Pires. Naquela época, e creio que hoje não é muito diferente, era comum fazer-se alusão às diversas tendências políticas na universidade como “o grupo de Fulano”. Não tive a oportunidade de fazer parte do chamado “Grupo do Sérgio Pires”, formado a partir de sua gestão junto à Apusm e seus embates, ao longo dos anos setenta, com um governo federal marcado pela ditadura militar e a exceção. Sempre o admirei, contudo, pela firmeza de posições e o didatismo aplicado ao processo de convencimento da categoria quanto às lutas em defesa da universidade pública. No entanto, na primeira disputa pela diretoria da Apusm de que tomei parte, encabeçava a chapa o professor Sérgio Pires. Sua esposa, professora Cecília Pires, que não era muito favorável, na ocasião, à formação de uma chapa para concorrer com o professor Sarkis, dizia que, ao convencermos o Sérgio Pires a disputar a eleição, estávamos adotando a “prática de guru”, pois éramos um grupo basicamente formado por professores novos, (o movimento dos auxiliares, como o denominávamos, com o Israel (Mármol), o Marcos Herter, o (João Pedro)Gil), e contávamos com a experiência do Professor, embora sabendo das nossas poucas chances. A Cecília, que depois veio formar com a Berenice Corsetti a primeira diretoria da Sedufsm, estava certa em sua avaliação, era assim mesmo que víamos a figura daquele mestre, também na luta política. Foi assim que pudemos conviver, tanto naquele momento, como depois no movimento pela democratização das eleições para a reitoria, com o Universidade pela Base, em que Sérgio Pires foi não apenas importante na formulação de políticas para a universidade, consolidadas no programa, como também na disputa, em convenção, para a escolha do candidato deste grupo, que acabou escolhendo o professor Gustavo Quesada. Certamente, dos colegas que marcaram a minha trajetória como educador e como militante da causa docente universitária, guardo com respeito e carinho a figura de Sérgio Pires, literalmente, um guru para mim e meus colegas de movimento, desde 84.

Sobre o(a) autor(a)

SVG: autor Por Orlando Fonseca
Escritor e professor aposentado do departamento de Letras Vernáculas da UFSM