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Ignoramus et ignorabimus

04/11/2020

José Renato da Silveira
Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM

“Gostava de criar a moda da modéstia intelectual, do pensamento constante naquilo que ignoramos. Era esta a nova moda que eu queria lançar entre os intelectuais” (Karl Popper).

Eu, você, todos nós já tivemos dúvidas. Sentir dúvidas é próprio da condição humana. Na hora das escolhas dilacerantes, sentimos dúvidas. Cabe lembrar que toda escolha é uma renúncia. Ao escolher um lado, você renuncia ao outro. Sir Doktor Professor Karl Raimund Popper dizia sobre a dúvida na ciência que: “o espírito da ciência é o mesmo de Sócrates. É um espírito de dúvida, anseio pela verdade e humildade”.

Popper ficou conhecido pela técnica chamada falsificação (falsificar é provar que algo está errado), destinada a distinguir entre ciência e não ciência. “A possibilidade de uma teoria ser refutada constituía para o filósofo a própria essência da natureza científica. Assim, uma teoria só pode ser considerada científica quando é falseável, ou seja, quando é possível prová-la falsa. Esse conceito ficou conhecido como falseabilidade ou refutabilidade”. Por exemplo: as teorias da gravitação universal de sir Isaac Newton são científicas, por que além de se enquadrarem na definição ao propor equações simples que descrevem os modelos cósmicos gravitacionais, também é possível se fazer previsões acertadas com base nelas. E as teorias de Newton também são falseáveis. Tanto que o foram, quando Albert Einstein com sua Teoria da Relatividade demonstrou que a mecânica newtoniana não era válida em velocidades próximas à da luz.

Nesse sentido, Popper introduziu o mecanismo de conjecturas e refutações, que funciona da seguinte maneira: você formula uma conjectura (evidente) e começa a procurar pela observação que provará que você está errado. Essa é a alternativa para nossa busca por instâncias confirmatórias. Tristemente, a noção de corroboração está enraizada em nossos hábitos intelectuais e em nosso discurso.

A procura “insana” somente por corroborações leva ao que os cientistas cognitivos chamam de viés confirmatório. É um empirismo ingênuo no qual temos a tendência natural a procurar por instâncias que confirmam nossa história e nossa visão de mundo. Você pega situações passadas que corroboram sua teoria e trata-as como provas.

No entanto, destaco que a ideia mais poderosa e original de Popper é a sociedade “aberta”, que confia no ceticismo como um modus operandi, recusando e resistindo a verdades definitivas. Dessa forma, o nosso conhecimento tem limites.

E parafraseando Emil du Bois-Reymond, no século XIX, ignoramos et ignorabimus (somos ignorantes e assim permaneceremos).

 

Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-ciencia-karl-popper-falseabilidade-e-limites-da-ciencia.htm




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