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Fantasmas ou ligeiras sombras?

25/08/2021

José Renato da Silveira
Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM

“O sucesso: entre os mortais, este é um deus, ou melhor, mais do que um deus” (Ésquilo)

Muitos de nós, em nossas vidas, não receberemos medalhas, não estaremos no pódio entre os três melhores. Não estaremos nas finais. Os nossos feitos heroicos, simples vitórias ou aventuras homéricas que vivenciamos serão lembranças esquecidas diante de muitas derrotas e fracassos que acumularemos ao longo da nossa trajetória. Isso é certo! Sofreremos inúmeras críticas, golpes, traições e falta de apoio. Oportunistas se aproveitam diante dos nossos momentos de êxito. Eles sumirão a cada tropeço.

Recordo que na Grécia Antiga, se o humano ultrapassasse o Métron, a medida “humana” de cada um, comete de imediato uma Hybris, a violência feita a si próprio e à divindade. Logo, a Hybris gera a Nêmesis. E, desta forma, a punição pela injustiça praticada: é o ciúme divino, pois que o mortal em Hybris, após ultrapassar o Métron, é de certa forma um competidor, um êmulo dos deuses.

Os poetas e dramaturgos gregos eternizaram estes embates entre homens e deuses.

Sófocles, Ésquilo e Eurípides foram os três maiores do teatro grego antigo. O teatro, na Grécia Antiga, aspirava representar os fatos do mundo - mesmo quando se tratava de uma comédia.
As peças não eram simples “passatempos”: abordavam os assuntos mais prementes do momento, desde a religião até a política, as guerras e as transformações da sociedade. As tragédias evocavam a grandeza humana apontando os sofrimentos inevitáveis do mundo; já as comédias zombavam da estupidez geral da humanidade.

O momento político que vivemos no Brasil aparenta ser um teatro de catástrofes inevitáveis como o teatro de Ésquilo. Caros leitores, leiam esse dramaturgo grego.

Estamos diante de uma nervosa e desesperada luta entre a agonia e o terror, entre o macabro e o sinistro, entre as trevas e uma luz tenebrosa.

O futuro é sombrio. A noite é longa. E o inverno só começou. O que fazer? Sair do marasmo, da apatia, da mesmice e confrontar.

 

Referências

BRANDÃO, Junito de Souza. Teatro grego: tragédia e comédia. Petrópolis, Vozes, 1985.




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