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Corneille

29/09/2021

José Renato da Silveira
Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM

A literatura francesa moldou grande parte da sensibilidade ocidental. A língua francesa, a solenidade e o estilo de vida francês incluem pompa e grandiloquência.

De algum modo, somos descendentes de Montaigne, Rousseau, Victor Hugo, Voltaire, Corneille, Racine, Rimbaud, entre outros...

Pierre Corneille, mestre da língua francesa, a maior expressão do teatro clássico francês do “grande século” – XVII – destacou-se em todos os gêneros da dramaturgia. Fino observador da natureza humana, Corneille foi assombrado pelo impacto destrutivo da retórica nos assuntos políticos. Os personagens do drama cornellino vivem de ódios irreconciliáveis. Para o Grande Corneille, as palavras transportam-nos ao encontro de confrontos ideológicos dos quais não há volta. Aqui reside a raiz trágica da política. Como pondera George Steiner (2006, p. 33): “slogans, clichês, abstrações retóricas, antíteses falsas chegam a possuir a mente ("os Mil anos do Reich", "Rendição Incondicional", "luta de classe")".

Corneille percebeu a danação da política através da linguagem. A conduta política não é espontânea e orbita em torno de um núcleo de “retórica morta”. A retórica morta aprisiona e desvia a razão humana. Muitos se tornam servos dos “mestres da linguagem”. Estes sabem que para terem fiéis seguidores é fundamental dizer as mentiras necessárias. “Os mentirosos estão sempre dispostos a jurar” (Corneille).

Por fim, Corneille reconhecia a força tendenciosa da política sobre as vidas humanas. Talvez somente Shakespeare iguala-se na representação da “percepção”, da complicação e da vitalidade cancerosa do conflito político.




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