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Reflexões Docentes

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Desafios cíclicos

19/10/2022

José Renato da Silveira
Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM

“O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria como linguagem corriqueira, adotada nos mais altos níveis de uma sociedade embrutecida”. 

Luís Fernando Veríssimo

 

Historicamente, “o populismo tornou-se uma força importante na América Latina, principalmente a partir de 1930, estando associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das estruturas políticas oligárquicas, que concentravam firmemente o poder político na mão de aristocracias rurais”.

"Populismo é um termo utilizado para explicar um conjunto de práticas associadas a políticos, sobretudo da América Latina, durante boa parte do século XX. No caso do Brasil, essa expressão é utilizada como forma de explicar as características dos governantes do Brasil do período entre 1930 e 1964. A definição populismo fez, inclusive, com que o período de 1946 a 1964 ficasse conhecido como “República Populista”.

De acordo com a definição clássica desse termo, “Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram exemplos práticos de políticos populistas no Brasil".

Apesar do conceito e da experiência populista no Brasil e na América Latina, muitos especialistas questionam os elementos centrais do populismo e destacam que a governabilidade do passado e do presente não é pautada unicamente no carisma do líder. A governabilidade é adquirida com apoio das instituições políticas, dos “donos do PIB” e também dos movimentos sociais.

No pleito presidencial de 2022, temos os dois candidatos mais bem posicionados com “perfis populistas”.

Líderes carismáticos que criaram e criam uma relação de proximidade com as massas. O poder político dos dois deriva desse carisma: o “Mito” e o “Maior líder popular da História brasileira”.

Não há dúvida de que o eleitorado brasileiro é muito sensível aos líderes carismáticos, tanto de direita como de esquerda, que sabem denunciar a degradação do bem estar social e estigmatizar os responsáveis pela crise prometendo grandes rupturas e transformações.

Com a vitória ou derrota de Lula, o líder petista deve encerrar o seu ciclo político. E não há herdeiros ou sucessores à vista. Mas o seu nome, a exemplo de Getúlio Vargas, perpetuar-se-á na História brasileira.

Em relação a Bolsonaro, o bolsonarismo tornou-se um movimento maior que o próprio político. E os resultados das eleições no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas revelam isso.

Nos próximos anos, compreender a ascensão de Bolsonaro e do bolsonarismo será um desafio fundamental para os cientistas sociais. Não entender este fenômeno é repetir, sem querer, a ironia da placa de advertência sobre o vira-lata caramelo no jardim de uma casa: “Este animal é malvado: reage quando instigado”.

 




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