Cultura na Sedufsm e a metáfora teatral para o desmonte da previdência SVG: calendario Publicada em 19/07/19 17h16m
SVG: atualizacao Atualizada em 19/07/19 17h26m
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Evento que ocorreu em 16 de julho teve esquete com professora e roda de conversa com advogada

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A 78ª edição do ‘Cultura na Sedufsm’, que foi realizada na terça, 16 de julho, abordou de uma forma diferente- mais artística e informal- a reforma da previdência, que na prática representa o desmonte das aposentadorias. Além de uma esquete teatral, o evento, que ocorreu no Auditório Suze Scalcon da Sedufsm, também teve uma roda de conversa, na qual todos puderam dialogar e expressar suas preocupações. O título dessa edição foi “A reforma da previdência e o pé-de-meia dos brasileiros".

Na encenação da professora Tatiana Joseph, do curso de dança da UFSM e que também lidera o Grupo de Pesquisa Linguagem, Arte do Movimento e Estudos da Dança (LAMED), a metáfora da reforma se deu a partir da personagem da abelha com suas asas defeituosas, que a impediam de voar. Conforme a professora, a produção foi montada a partir de uma ‘esquete de clown’, que “usou o jogo de palavras para desvelar a ilusão cínica elaborada pelo discurso sobre a Reforma da Previdência”.

O objetivo da encenação era dialogar com o senso comum a respeito de mentiras econômicas, como déficit previdenciário, etc., esclareceu Tatiana. E a atuação não era solitária da professora de dança. Em vários momentos, ela procurou trazer o público para a interação com a esquete, pontuando o que as pessoas presentes sabiam a respeito de tudo que vem sendo divulgado sobre a reforma da previdência, que não é uma proposta que surgiu agora, mas que vem de sucessivos governos, sendo intensificada nas gestões de Temer e Bolsonaro.

Espírito da reforma

No momento dedicado à roda de conversa, a exposição inicial coube à advogada Luciana Rambo. Integrante do escritório Wagner Advogados Associados, ela é especialista em Direito Previdenciário. Ela destacou o que considera o verdadeiro significado da reforma que foi aprovada em primeiro turno na Câmara Federal. Para Luciana, o texto ainda está sendo analisando minuciosamente, pois é bastante complexo, mas o seu “espírito” pode ser reduzido a ideias como “perda de direitos, regressão e involução”.

Na análise da assessora jurídica, a previdência social não foi criada com o intuito de gerar lucro. Ela foi instituída para cumprir um papel social, uma espécie de cobertor destinado a proteger a população, especialmente as de menor poder aquisitivo. Luciana Rambo explicou que a Constituição de 1988 previu legalmente a Seguridade Social, que reúne Saúde, Previdência e Assistência Social. Hoje, diz ela, a previdência gera benefícios para uma população de cerca de 100 milhões de pessoas. O que o governo, através da sua equipe econômica trata, se refere unicamente a aumentar a arrecadação e atingir metas fiscais. “A proteção social é desconsiderada”, frisou a advogada.

Mercantilização

Presente à atividade, o professor do departamento de Direito da UFSM, Ronaldo Busnello, argumentou que a tônica da reforma do governo Bolsonaro é a mercantilização. E a sínteses dessa filosofia privatista e mercantil foi a proposta de capitalização que constava do projeto original, enviado pelo governo. “felizmente não passou, mas o objetivo da capitalização era rifar a previdência e ao mesmo tempo aumentar o lucro dos bancos”, enfatizou o docente. “O resultado de tudo isso é que o Estado social da Constituição de 1988 será desmontado, previu Busnello.

Maristela Souza, professora do CEFD e diretora da Sedufsm, opinou que o projeto em apreciação na Câmara, e que depois irá para o Senado, ataca os trabalhadores de todas as formas. Para ela, é insuficiente pensar que é na negociação com os parlamentares  que se evitará algo trágico. Na sua ótica, somente a mobilização da sociedade, fazendo greve, indo para as ruas, poderá barrar as maldades contidas na proposta governamental.


Texto: Fritz R. Nunes

Fotos: Ivan Lautert e Fritz R. Nunes

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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