Fortalecer a Sedufsm para enfrentar o pior dos contextos
Publicada em
05/01/21 12h56m
Atualizada em
05/01/21 15h51m
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Em edição do Ponto de Pauta, presidenta da Sedufsm, Laura Regina da Fonseca, aponta desafios da gestão
Com apenas 32 dias desde a posse, a gestão Renova Sedufsm (biênio 2020/2022) já sabe que não enfretará poucos desafios. Pelo contrário. Em entrevista ao programa Ponto de Pauta (confira a íntegra no player ao final) a presidenta da Sedufsm e professora do Departamento de Serviço Social da UFSM, Laura Regina da Fonseca, foi taxativa ao afirmar que, em sua opinião, estamos perante o pior contexto do século XXI: um cenário catastrófico nas dimensões política, econômica e social, agravado ainda mais pela pandemia do novo Coronavírus. E para enfrentar tudo isso, é necessário um sindicato mais forte do que nunca. “Nós entendemos que para enfrentar esse contexto é absolutamente imprescindível que a base participe mais, que a filiação no sindicato seja ampliada. Fortalecer o sindicato para enfrentar esse contexto é trazer mais professores e professoras para dentro da Sedufsm. Esse é o ponto de partida”, avalia a presidenta.
Para Laura, esse fortalecimento passa por uma série de questões. No que tocam as lutas a serem travadas, a gestão faz um diagnóstico que vai desde pautas de âmbito nacional, como questões de carreira e demanda salarial, até questões locais e específicas da categoria na UFSM. Em Santa Maria, por exemplo, Laura entende que é urgente ter uma interlocução mais participativa entre a universidade e a categoria docente. Nesse ponto, a discussão para a entrada em regime de trabalho remoto é um bom exemplo sobre o quanto é falha essa interlocução entre administração central e sindicato. “Tem que ter dialogo entre a gestão da universidade e o movimento organizado de todos os segmentos, mas o nosso de docentes também. É importante. Não é possível que se continue apenas com portarias e com decisões que não contemplam essas necessidades”, pontua Laura.
Cultura Sindical
Para a presidenta, é preciso rever algumas questões ligadas ao modo de se fazer sindicalismo, no que Laura cita em especial duas: as pautas e a linguagem. “A nossa categoria é muito diversa e nós ainda temos um discurso, uma linguagem, que é muito vanguardista, mas completamente distante do colega que fez concurso e entrou tem um ou dois anos na universidade”. Sobre as pautas, Laura faz questão de destacar que não se trata de abandonar aquilo que é tarefa histórica do sindicalismo, mas agregar novas questões. “Tem que rever a cultura sindical, sem perder de vista as pautas que são sindicais, sem perder de vista os debates que são nacionais, o posicionamento crítico. Não é se aproximar de qualquer tendência peleguista, nada disso. Mas o discurso, a linguagem precisa ser revista e aí é compreender também as pautas concretas e imediatas dos docentes. Existem pautas que nós precisamos absorver no movimento sindical, que nós precisamos trazer para o movimento sindical. Nós precisamos falar dos laboratórios, nós precisamos falar da extensão, nós precisamos falar de questões que pulsam o cotidiano do professor e da professora”, afirma a presidenta da Sedufsm.
Pandemia do novo Coronavírus
A todo esse cenário, por óbvio, somam-se as questões trazidas pela grave crise sanitária enfrentada em todo o mundo. Para a professora, o desenho dos movimentos sociais foi pego em cheio pelas restrições de segurança impostas pelo novo Coronavírus, sendo que a criatividade para fazer uso das tecnologias e das mídias pode se apresentar como um caminho para encarar essas limitações.
Além disso, uma outra demanda, também relacionada à pandemia, se avizinha, e gera angústia para a comunidade acadêmica: a imposição de um retormo de atividades presenciais mesmo sem a pandemia estar minimamente controlada. “A nossa posição enquanto direção é radicalmente contrária enquanto não houver segurança sanitária para a comunidade acadêmica. Nós temos que ter segurança sanitária e isso não vai ser conquistado com menos de 75%, 80% da população brasileira vacinada. Então nós somos, nesse sentido, muito contundentes: não tendo vacina, não tem retorno”, declara a presidenta que caracteriza a imposição de um retorno presencial como um desrespeito à saúde, mas também à autonomia universitária. Caso essas ameaças do governo federal ganhem força, Laura faz coro ao que está sendo discutido pela categoria docente em todo o Brasil, e afirma que a construção de uma greve sanitária é defendida também pela Sedufsm – sanitária pois não teria fins econômicos, por exemplo, e sim a segurança da comunidade acadêmica. “Não vejo a menor condição de retorno nesse contexto, infelizmente piorado pela péssima gestão do governo Bolsonaro. Dizer péssima para não dizer criminosa. Um governo que faz a ameaça a vida diariamente com seu negacionismo, com a sua fragilidade de gestão, com a sua falta de competência, mas principalmente com a sua má vontade de assumir que tem responsabilidades”, conclui a docente.
Assista a entrevista na íntegra aqui.
Texto: Rafael Balbueno
Imagem: Divulgação
Assessoria de imprensa da Sedufsm