CEPE rejeita suspensão do REDE, mas deve discutir e normatizar regime SVG: calendario Publicada em 19/06/20 17h21m
SVG: atualizacao Atualizada em 19/06/20 17h42m
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Unidades e colegiados de curso aprofundarão debate, que volta a ser pauta do CEPE em 10 de julho

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A reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) na última quinta-feira, 18, aprovou a manutenção do Regime de Exercícios Domiciliares (REDE) e o aprofundamento da discussão sobre o modelo de ensino remoto nas unidades de centro e colegiados de curso. Após a discussão nas bases, os conselheiros retornarão para uma reunião online do CEPE no dia 10 de julho, a ser transmitida pelo site do Farol UFSM. Na data, o REDE deverá ser avaliado mais profundamente, com inclusão de novas propostas tendo em vista melhorá-lo e, posteriormente, normatizá-lo.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) vem problematizando o REDE desde sua implementação no mês de março, tendo construído, em conjunto com o segmento discente, uma proposta de Plano Emergencial para a universidade no contexto de pandemia. O documento da entidade estudantil, que está em anexo ao fim desta página, apresenta quatro eixos: atividades acadêmicas, estágio, assistência estudantil e situação dos estudantes intercambistas. O objetivo principal do Plano, que foi submetido à análise do CEPE, é que nenhum estudante saia prejudicado por não estar conseguindo realizar as atividades a distância apresentadas por seus professores, bem como a garantia de que todos os conteúdos serão repostos após o retorno à presencialidade.

Durante a reunião do CEPE desta quinta, o conselheiro Gerson Juarez Garcia apresentou o parecer das comissões de Ensino, Pesquisa e Extensão e de Legislação e Normas em relação a duas propostas do DCE: uma, que o REDE fosse suspenso; outra, que se discutisse coletivamente uma alternativa a este sistema. Garcia leu o documento das comissões: “Considerando que as atividades acadêmicas remotas implementadas na UFSM foram positivas a medida que atenderam de modo emergencial o contexto da pandemia; […] que as atividades de natureza virtual e remota são excepcionais e não substituem integralmente a modalidade presencial nem equivalem ao EaD; [...] as comissões de Ensino, Pesquisa e Extensão e de Legislação e Normas são de parecer que o CEPE deve indeferir a solicitação do DCE no que tange à suspensão das atividades em rede”.

Contudo, em outra parte do documento, o relator destacou que “as dificuldades apresentadas pelo DCE e a falta de sintonia nas instruções normativas demonstram a necessidade de ajustes na proposta do sistema REDE, bem como sua regulamentação por esse conselho”.

Aprofundar o debate

Paulo Burmann, reitor, reconheceu que a instituição necessita aprofundar a discussão sobre o modelo de ensino remoto, embora, segundo o gestor, esse debate já venha ocorrendo junto às coordenações de cursos e direções de unidade. “Talvez tenhamos nos descuidado um pouco do REDE. Precisamos ampliar esse debate. Poderíamos já ter feito esse debate no CEPE, mas nem tudo que desejamos está ao alcance nos espaços de tempo que temos, tendo em vista que todas as unidades da universidade, tanto na reitoria quanto nas unidades de ensino, estão com equipes reduzidas […] Agora é hora de revisão nos termos do REDE. Temos demanda do DCE, do MEC, da Prograd e da PRPGP para que possamos sintetizar e sistematizar todo esse regramento com as contribuições que, esperamos, venham do CEPE, das unidades, subnidades e comunidade em geral”, diz o gestor.

Kauan Machado, conselheiro pelo DCE UFSM, inscreveu-se na sequência para esclarecer que a proposta do DCE sempre foi aprofundar a discussão sobre o REDE, e não simplesmente negá-la. “Acreditamos que a melhor forma seria a suspensão das atividades para que houvesse maior discussão sobre um plano dessa magnitude que afeta a totalidade da graduação e pós-graduação, [para que] o plano deixasse bem explícito qual seria o papel do REDE, formasse professores e estudantes e conseguisse democratizar, cada vez mais, o acesso para que todo mundo pudesse usufruir desse modelo. Nossa intenção não é suspender para não debater, mas para melhorar o debate”, argumenta o estudante.

Neila Baldi, conselheira do CEPE e coordenadora do curso de Dança da UFSM, ponderou que no mês de março, quando o REDE foi formulado, tratava-se de algo emergencial, contudo agora já transcorreu muito tempo e é necessária uma avaliação concrenta das possibilidades e limitações do modelo.

“Na Dança tentamos fazer pequenas atividades para manter o vínculo. Depois fomos vendo que o semestre estava se agigantando dentro do rede. Teve turmas que começaram com boa presenca e depois despencaram. O REDE tem uma questão positiva, mas não foi debatido com a comunidade acadêmica. Os cursos de exatas, por exemplo, estão pensando o REDE de um jeito diferente que os cursos de humanas. E eu não tenho visto bom senso de muitos professores e colegas. Estamos sobrecarregados. Fazer atividades online é muito diferente. A gente tem uma pandemia que faz o mundo parar e a gente não para para avaliar o que estamos fazendo. Estamos reproduzindo no online o que fazíamos no presencial. E estamos imputando isso aos nossos alunos”, reflete a docente.

Outra conselheira a destacar a importância de se aprofundar o diálogo com a comunidade sobre o REDE foi a servidora técnico-administrativa em educação, Glece Coser, que lembrou o fato de cem por cento dos estudantes da UFSM ingressarem via SiSU.

“Destes, a maioria entra por cota. Eu não consigo entender como podemos exigir que esses estudantes tenham acesso à inclusão digital, que tenham computador ou qualquer forma de acesso à internet. Foi relatado numa reunião que participamos essa semana que tem estudante de curso de computação fazendo programação pelo celular. Isso é inconcebível. Assim como produzir um artigo pelo celular. É preciso um sistema de inclusão que possibilite aos alunos acompanharem as aulas de casa durante a pandemia. Precisamos nos juntar à comunidade e debater isso. Nossos professores, gestores e alunos essão perdidos”, preocupa-se Glece.

15 semanas de reposição

Burmann informou que a reitoria já coletou dados relativos ao envolvimento de docentes com o REDE e, agora, está promovendo pesquisa pública para saber a percepção dos estudantes sobre o modelo. “Em cima das informações teremos condições de tomar melhores decisões. Não podemos reunir conselhos para tomar decisões sem ter elementos que orientem”, disse o reitor. Contudo, o DCE lembrou que já havia proposto tal pesquisa junto aos discentes desde abril.

Mais dois pontos foram ressaltados por Burmann: o caráter optativo do REDE e a proposta de 15 semanas para reposição de conteúdos após o retorno à presencialidade.

“Não há cobranças e nossos professores que estão trabalhando no REDE precisam ter bom senso e considerar as diferenças. Quando ocorrer o retorno, e não sabemos quando isso vai acontecer, a Prograd e o Gabinete do Reitor vão encaminhar ao CEPE uma proposta de recuperação do calendário acadêmico a partir das 15 semanas. A ideia é trabalharmos as 15 semanas para contemplar professores e estudantes que não tiveram oportunidade ou não se sentiram totalmente seguros no trabalho de conteúdos durante a vigência do REDE”, concluiu.

A íntegra da reunião do CEPE da última quinta pode ser acessada aqui.

 

Texto: Bruna Homrich

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Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

 

 

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- Plano Emergencial - DCE UFSM

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