Nota de repúdio à violência racial contra João Alberto Freitas SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 20/11/20 14h26m
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Sedufsm divulga texto em que repudia assassinato de um homem negro em Porto Alegre

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A diretoria da Sedufsm divulga sua indignação e repúdio ao fato ocorrido em Porto Alegre, na noite de quinta (19). João Alberto (Beto) Silveira Freitas, 40 anos, foi espancado nas dependências do Hipermercado Carrefour até a morte por um segurança da empresa em companhia de um policial militar temporário. Apesar da tentativa de ajuda da esposa, os agressores, que alegaram que a vítima teria discutido (ou assediado) com uma funcionária do hipermercado, não cederam, e João Alberto ficou imobilizado, e mesmo muito ferido, sangrando, não foi socorrido e morreu.

O fato de o episódio ocorrer na véspera do Dia da Consciência Negra é uma triste ironia para um país em que as elites costumam dizer que não há racismo e, que, no Brasil, há uma democracia racial. Nada mais falso e os dados estatísticos comprovam o abismo que separa brancos e negros.

Dados divulgados pelo IBGE através da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), no último dia 12 de novembro, estampam as diferenças que deveriam envergonhar a sociedade.

Conforme o IBGE, do total da população brasileira, 55% são negros (incluídos os pardos).

A violência física é um dos braços do racismo, pois existe ainda a violência que se expressa através da segregação econômica e social.

Um dos principais indicadores do mercado de trabalho, a taxa de desocupação foi, em 2019, de 9,3%, para brancos, enquanto que para pretos ou pardos foi de 13,6%.

Entre as pessoas ocupadas em trabalhos informais, o percentual de pretos ou pardos chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%.

O resultado reflete a maior participação dos pretos e pardos em trabalhos característicos da informalidade, como, por exemplo, atividades agropecuárias, que tinha 62,7% de ocupados pretos ou pardos, construção, com 65,2%, e serviços domésticos, 66,6%.

E quando se fala em violência física, os negros, que são maioria da população, são os mais atingidos.

Das pessoas mortas por assassinato- 71% são negras.

Das pessoas mortas em ação policial- 76% são negras.

Do total da população carcerária- 64% são negros.

Dados, números, estatísticas, existem de sobra para comprovar que o racismo no país é estrutural. A violência contra a população negra, que teve abolida a escravidão do ponto de vista formal em 1888, segue até os dias atuais, sem que tenha havido qualquer reparação aos males sofridos.

Está mais do que na hora de os sindicatos, movimentos sociais, se unirem para dialogar com a sociedade, e cobrar dos poderes constituídos o combate a todos os aspectos que tornam o Brasil um país racista.

Que a morte de mais um negro, vítima da violência de profissionais de segurança, mas que são legitimados por uma sociedade preconceituosa e excludente, não seja uma indignação momentânea.

JOÃO ALBERTO SILVEIRA FREITAS, PRESENTE!

Diretoria da Sedufsm

20 de novembro de 2020.”


P.S. A imagem que ilustra essa nota se refere a um ato público que está sendo convocado pelas redes sociais, para o final de tarde desta sexta, 20, às 18h.


Edição: Fritz R. Nunes

Imagem: Divulgação

Assessoria de imprensa da Sedufsm

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