Dica: a história do samba de raiz por Antonio Flores, da Cadência Bonita do Samba
Publicada em
28/10/22 17h08m
Atualizada em
28/10/22 17h14m
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Banda fará show com clássicos do samba de raiz no jantar baile da Sedufsm

A Cadência Bonita do Samba é uma das primeiras bandas que vêm à cabeça das e dos santa-marienses fãs de samba de raiz. E é por isso que ela será responsável por animar o jantar baile da Sedufsm, marcado para o próximo sábado, 5 de novembro, no Floratta – Espaço de Eventos. Em entrevista à Assessoria de Imprensa da Sedufsm, o vocalista da Cadência, Antonio Carlos Flores, conta um pouco sobre o desenvolvimento do samba de raiz no Brasil e os principais nomes associados ao estilo musical que está no sangue e na cultura das e dos brasileiros.
O termo “samba”, explica Antonio, chegou ao país através das negras e negros que vinham forçadamente ao Brasil em navios negreiros, ainda no século XIX. Nessas longas viagens, com desembarque usual na Bahia, eles cantavam e dançavam um ritmo chamado “samba”.
Já no final do século XIX e no decorrer do século XX, o samba, no Brasil, passou a ser muito associado aos terreiros de umbanda. “Sempre quando havia as sessões de umbanda, os próprios participantes tocavam e cantavam samba no final”, complementa Antonio.
Não há um consenso sobre qual teria sido o primeiro samba composto no Brasil. Enquanto alguns dizem que foi “Pelo Telefone”, gravado por Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, outros defendem que teria sido de autoria do Ismael Silva.
“Então essas foram as pessoas que começaram o samba de raiz. Pessoas que fizeram tudo quando era difícil fazer. O samba sempre teve uma função social, o samba agregava as pessoas. Quando foram criadas as escolas de samba, toda a comunidade participava, trabalhando em cima dos carros alegóricos, cantando, e a integração era muito maior que hoje em dia, que fica o carro de som na quadra e o povo da comunidade trabalhando”, reflete Antonio.
Entre os expoentes do samba de raiz, Antonio cita Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Zé Keti, Bezerra da Silva, Ismael silva, Martinho da Viola e Paulinho da Viola.
“’Trem das onze’ foi gravado em 1957. ‘Com que roupa’, do Noel Rosa, foi gravado em 1920. Isso sim é o samba considerado de raiz, que expressa como tudo começou: não existia guitarra, contrabaixo; era cavaco, violão, pandeiro, cavaquinho, cartola”, diz Antonio, que, aos 60, acumula 47 anos de dedicação ao samba, tendo começado a tocar cavaco ainda aos 13 anos. Já dos 14 aos 17 anos, tocou trompete na banda do Colégio Manoel Ribas (Maneco).
“Eu sempre vou cantar estes autores...porque o samba existe e foi criado com uma função social das comunidades! Ao longo dos anos isto se perdeu bastante em função das disputas das escolas, automatizando e seguindo todas as regras para obtenção de pontos nos dias da apuração! E até mesmo excluindo pessoas da comunidade para dar lugar a celebridades e escolhendo temas exemplarmente baseados em patrocínios! Coisa que na época dos primórdios das Escolas isto jamais iria acontecer!”, comenta.
Outra curiosidade trazida por Antonio é de que, nas primeiras décadas do século XX, alguns artistas brasileiros se apresentavam nos bailes da corte e eram autorizados a tocar somente polcas e valsas vienenses. O líder da Cadência Bonita do Samba chega a se emocionar ao comentar sobre essa época, marcada por um movimento de artistas que buscaram produzir uma música só deles, que não fosse copiada ou importada pronta da Europa. Dessa vontade surgiu, por exemplo, o choro.
Muitos dos artistas aqui mencionados estão no repertório que a Cadência irá apresentar no jantar baile da Sedufsm. Na noite do 5 de novembro, acompanhada da cantora Vera Garcia, a banda cantará sucessos de Adoniran Barbosa, Alcione, Clara Nunes, Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, dentre outros.
Para conhecer mais sobre a banda e ir se preparando para gastar os pés sambando no jantar baile da Sedufsm, acompanhe a Cadência no Facebook e no Instagram.
Texto: Bruna Homrich
Imagens: Divulgação
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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