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26/01/2023 18h55m 26/01/2023 18h59m | A+ A- | 1074 visualizações
Diversos veículos de mídia reuniram-se na tarde desta quinta-feira, 26, no auditório Suze Scalcon da Sedufsm, para a coletiva de imprensa realizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria.
Quem ocupava uma das cadeiras do auditório era Nilda Gomez, mãe de Mariano Alexis Benítez, vitimado fatalmente na casa noturna Cromañón, em Buenos Aires, Argentina, no ano de 2004. De proporções e causas muito similares às verificadas no caso Kiss, o incêndio resultou em 194 jovens mortos. Desde os primeiros dias após a tragédia da Kiss, Nilda, que pertence à ONG Familias por la Vida, tem estado presente em atividades junto a pais, familiares, amigos e sobreviventes da tragédia de Santa Maria.
“Dizíamos tanto “nunca mais Cromañón”, e trabalhamos tanto na prevenção [para que aquilo não mais acontecesse lá], que não nos atentamos para o fato de que mundialmente poderia voltar a acontecer. E isso aconteceu tão perto de nós, em um país vizinho. Imediatamente entramos em viagem e viemos em três ou quatro pessoas. Chegamos aqui no segundo ou terceiro dia, quando ocorriam as marchas e a primeira missa. A partir daí, começamos a acompanhar. Voltamos no um ano da tragédia. Depois viemos outra vez, quando fomos a Brasília falar com parlamentares explicando como havia sido o processo na Argentina para, de alguma maneira, poder fazer avançar a luta no Brasil. Vimos aqui tudo que vivemos [lá]. A mesma dor, o mesmo desamparo, a mesma indiferença. Queríamos sacudir a sociedade”, testemunha Nilda à Assessoria de Imprensa da Sedufsm.
Ela ainda chamou a atenção para o impacto de tragédias dessa magnitude na saúde mental de pais, mães, familiares e sobreviventes. Alterações nas leis que visem a garantir mais segurança nas casas noturnas, proibir o uso de artefatos explosivos, estabelecer limite máximo de pessoas e construir saídas de emergência bem sinalizadas e com as proporções adequadas ao ambiente, por exemplo, ajudam, na opinião de Nilda, a acalmar, ainda que brevemente, a dor das famílias. “Diversão é um direito. Temos de ter esse direito”.
“Você pode achar mil causas [para a tragédia], mas as consequências são infinitas. Na minha família, afetou quatro gerações. Afetou a mim como mãe [que perdi meu filho]. Afetou minha mãe. Afetou minha filha que perdeu seu irmão e também seus pais, porque seus pais deixaram de ser os pais que ela tinha e passaram a ser outra coisa, a estarem lutando, gritando, ‘peleando’, e isso muda tudo, muda absolutamente tudo. E também terá consequência nos filhos e filhas da minha filha, porque a avó não vai ser a avó que costura e cozinha, mas sim uma guerreira que vai pelear e lutar. Quantas gerações são modificadas? Se a sociedade não pode entender isso, é mais difícil para os pais”, encerra Nilda.
Ela veio até Santa Maria participar da programação em homenagem aos 10 anos do incêndio na boate Kiss, ocorrido na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. Iniciada na quarta, 25, com colagem de fotos e frases em frente ao prédio em que funcionada a boate, a programação segue até o sábado, 28, com o tema: "Boate Kiss, 10 anos: resgatar a memória é construir o futuro". Nesta sexta, 27, às 14h, Nilda participa, junto às mães da AVTSM, de um debate na Praça Saldanha Marinho intitulado "Mães y Madres: Kiss e Cromañón".
A coletiva de imprensa de hoje foi transmitida ao vivo no canal de youtube da seção sindical e pode ser visto, na íntegra, abaixo:
Acompanhe abaixo, também, os dois vídeos que produzimos com entrevistas de Flávio Silva, pai de uma das vítimas fatais da tragédia e integrante do Movimento Santa Maria do luto à luta, e Gabriel Rovadoschi, sobrevivente da tragédia e presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria.
Texto: Bruna Homrich
Fotos: Italo de Paula e Rafael Balbueno
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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