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03/02/2023 16h03m 03/02/2023 16h33m | A+ A- | 231 visualizações
Sextou! E a dica de hoje vem da professora Carmem Dickow, do departamento de Química da UFSM, que tem em Ricardo Boechat uma referência de jornalista lúcido, criativo e cativante. Ele, falecido em 2019 na queda de um helicóptero em São Paulo, é protagonista do livro “Eu sou Ricardo Boechat”, biografia escrita por Eduardo Barão e Pablo Fernandez.
Leia, abaixo, o comentário completo da docente acerca da obra que resgata histórias da vida do “quebrador de regras e protocolos”.
“Volta e meia me pego saudosista, pensando o quanto, desde fevereiro de 2019, estamos perdendo em ouvir o jornalista Ricardo Boechat, com suas reportagens, extremamente lúcidas e críticas, mas ao mesmo tempo tão passionais.
Passamos por uma pandemia, por um difícil mandato presidencial (2019-2022) e por um novo processo eleitoral para Presidente da República mais difícil ainda. E, em todos estes eventos, fomos privados de reportagens sérias, de alto nível, como eram as do Boechat. Reportagens que nos faziam refletir, aprofundar nossa análise crítica sobre os temas em questão, vibrar (quando ele falava tudo o que nós queríamos falar), mas muitas vezes também nos faziam rir. Sim, como eu gostaria de ouvi-lo atualmente; até então, para mim, não surgiu alguém que o substitua à altura.
O livro “Eu Sou Ricardo Boechat”, por Eduardo Barão e Pablo Fernandez, é a minha dica de leitura. A obra não é um lançamento; faz parte de meu acervo desde 2019 e volta e meia eu a releio, como forma de minimizar (um pouco) a ausência. A obra, escrita por dois colegas próximos ao jornalista, traz histórias relatadas com sensibilidade e bom humor, que nos emocionam e mostram o gigante ser humano e brilhante profissional que ele foi.
“Boechat era o inusitado, o improvável, um quebrador de regras e de protocolos”. Ao vivo, em pleno Jornal da Band, fingiu ligar para a Dona Mercedes: “Alô, mãe. Foi você que recebeu o dinheiro das empreiteiras? Não? Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito também estão dizendo que não [...]”.
Sempre extremamente preocupado com as questões ambientais, em 2017, após denúncias de sujeira espalhada em um parque no Jardim Botânico, tombado pelo Patrimônio Histórico, deu um sermão (no ar, na rádio BandNews FM) aos turistas e moradores da cidade do Rio de Janeiro que frequentavam o local. E decidiu fazer a parte dele comprando e doando vinte novas lixeiras (“grandes mesmo”, segundo os autores), que levavam a logomarca da rádio. Em fevereiro de 2019 as lixeiras ainda estavam lá, cumprindo seu papel. Um sermão de Ricardo Boechat não era um sermão qualquer.
Uma das principais figuras do jornalismo brasileiro, Ricardo Eugênio Boechat nasceu na Argentina, mas era brasileiríssimo no seu modo de viver a vida. Segundo sua esposa, a Doce Veruska, “fazia da ajuda ao próximo uma rotina de vida”. Pagar “escondido” contas e planos de saúde de conhecidos e desconhecidos eram práticas corriqueiras no seu dia a dia.
Esse era o Boechat... Não temos mais sua presença diária, reportando de forma ácida e inteligente as questões do nosso país. Porém, temos seu exemplo e legado, que devem ser lembrados e reproduzidos. O Brasil está precisando, urgentemente, de mais “Boechats”.
Livro ‘EU SOU RICARDO BOECHAT’.
Autores: Eduardo Barão e Pablo Fernandez (2019), Panda Books.
Carmem Dickow
Professora do departamento de Química da UFSM.
Edição: Bruna Homrich e Fritz Nunes
Imagens: Arquivo Pessoal e Italo de Paula
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