Alberto Handfas analisa a falta de recursos para conceder reajuste ao funcionalismo federal
Publicada em
11/09/23 16h55m
Atualizada em
12/09/23 16h17m
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Docente da Unifesp falou sobre andamento das negociações com o governo ao programa ‘Ponto de Pauta’

Alberto Handfas, professor da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), considera que o que foi apresentado pelo governo federal, no dia 29 de agosto, em termos de negociação salarial, foi frustrante. A avaliação dele foi feita em entrevista ao programa ‘Ponto de Pauta’, em sua edição de número 78, no canal da Sedufsm no Youtube.
Na data referida, com as entidades de servidores e servidoras públicas federais, o secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação, José Lopez Feijóo, sinalizou que o governo dispõe de cerca de R$ 1,5 bilhão no orçamento de 2024 para o funcionalismo federal. E que esse valor poderia ser utilizado para medidas como reestruturação das carreiras, equiparação dos auxílios entre os poderes, bem como reajuste salarial.
Durante a avaliação feita na entrevista, Alberto Handfas comentou que o valor apresentado pela representação do Executivo federal não é suficiente sequer para reajustar benefícios que são pagos a servidores/as, tais como, o vale-transporte, o vale-alimentação e auxílio-saúde. O dirigente da seção sindical docente na Unifesp (Adunifesp) analisa que, apenas para reajustar os benefícios seria preciso mais ou menos 1,2 bilhão de reais. De acordo com Handfas, somente para o governo fazer a reposição de 9%, concedida de junho a dezembro de 2023, foram necessários 11,5 bilhões de reais, ou seja, 10 vezes mais do que o recurso agora apontado.
Na entrevista concedida ao programa da Sedufsm, o docente da Unifesp apresentou gráficos, através dos quais trouxe detalhes sobre a perda salarial das e dos docentes ao longo dos anos, remontando, inclusive, ao período do governo FHC, passando pelos dois governos Lula, governo Dilma, até chegar a Temer e Bolsonaro.
Quando fala em frustração em relação ao que o governo federal apresentou na reunião do dia 29 de agosto, Handfas não está esquecendo todas as dificuldades herdadas, especialmente da era Bolsonaro, com a reafirmação da lei do teto de gastos, dos ataques aos serviços públicos, que geraram uma herança maldita ao governo Lula, que assumiu em janeiro de 2023.
Todavia, o professor ressalta que, mesmo entendendo as dificuldades, que inclui um Legislativo (especialmente na Câmara) comandado por uma direção vinculada ao ‘Centrão’, que procura emparedar o governo a todo o instante, que dificultou a aprovação do arcabouço fiscal (mais brando) em substituição ao teto de gastos, teria faltado mais diálogo por aprte do Executivo com as representações de servidores/as.
Por outro lado, Handfas entende que também falou às lideranças que estavam sentando à mesa com o governo, ter definido, antecipadamente, de forma mais clara o índice de reajuste que se estava reivindicando. Essa falta de nitidez, argumentou ele em seu depoimento, criou ruídos na comunicação com a base da categoria. No entanto, para o professor, o debate deve avançar junto à categoria, para que a negociação em cima do orçamento, vislumbrando os próximos anos do período Lula, possa progredir.
Confira a íntegra da entrevista no Youtube.
Texto: Fritz R. Nunes com a colaboração de Bruna Homrich e Karoline Rosa
Arte: Italo de Paula
Assessoria de imprensa da Sedufsm
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