Professor explica relação entre aumento da temperatura na Antártica e extremos climáticos no RS SVG: calendario Publicada em 13/05/25
SVG: atualizacao Atualizada em 14/05/25 11h29m
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Jefferson Simões, docente da UFRGS, é o entrevistado da 103ª edição do Ponto de Pauta

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Entre o final do ano passado e o início deste ano, o professor de Glaciologia e Geografia Polar da UFRGS, Jefferson Simões, liderou 57 cientistas, de sete países do mundo, em uma expedição por mais de 29 mil quilômetros da costa antártica para investigar os impactos das mudanças climáticas no planeta. Os resultados dessa pesquisa, bem como a relação entre o que acontece no continente mais gelado do planeta e os eventos climáticos presentes no Rio Grande do Sul, são contados pelo próprio professor na 103ª edição do Ponto de Pauta, o programa de entrevistas da Sedufsm.

De início, Simões já desmitifica a ideia de que a distância geográfica entre Brasil e Antártica signifique, também, um distanciamento relacional quando a pauta é meio ambiente. Na verdade, atesta o entrevistado, o Rio Grande do Sul é mais próximo da Antártica que do estado de Roraima. Mais próximo ainda é do Oceano Austral, responsável por regular nosso clima. É em suas águas que se originam as frentes frias que chegam a nosso estado, porém já em frequência reduzida devido ao rápido aumento da temperatura do oceano, verificado na recente expedição.

“Nós estamos vendo menos eventos de geada aqui no estado. Isso tem implicações, por exemplo, até na questão de ampliação dos vetores de doenças subtropicais e tropicais. Nós estamos vendo no Rio Grande do Sul o que está ocorrendo com diferentes doenças que não tínhamos aqui, como dengue, chikungunya e etc, penetrando cada vez mais ao sul. E, evidentemente, isso tudo está relacionado a mudanças na escala global. Então, o exemplo mais claro que ficou para nós e que poucos comentaram foi o papel da Antártica e, mais exatamente, do Oceano Austral, no evento de maio de 2024”, diz Simões.

As enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, que deixaram 184 pessoas mortas e 25 desaparecidas, foram motivadas, explica o entrevistado, pelas frentes frias que, ao invés de penetrarem até a Amazônia, ficaram bloqueadas sobre o território gaúcho. “Então, esses processos já estão ocorrendo e mostram a interligação entre as regiões polares, evidentemente mais entre a Antártica, e o nosso sistema climático”, completa.

Outros achados da expedição que coordenou indicam aumento da acidez, principalmente devido à absorção do excesso de dióxido de carbono lançado na atmosfera, e redução da salinidade, reflexo do derretimento de gelo. Segundo Simões, a água doce da Antártica já começa a diminuir a salinidade do oceano.

O professor da UFRGS explica que estamos mudando a química da atmosfera e é preciso nos questionarmos até quando o ecossistema pode aguentar nossa interferência. Frente ao negacionismo climático em escala planetária, Simões acredita que a pressão política ainda é o instrumento mais efetivo para mudanças que privilegiem a sustentabilidade, em detrimento do caráter predatório da atividade econômica.

A entrevista na íntegra está disponível no canal de Youtube da Sedufsm ou aqui mesmo, abaixo:

 

Texto: Bruna Homrich

Arte: Italo de Paula

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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