Um louvor para o príncipe das trevas do rock SVG: calendario Publicada em 01/08/25
SVG: atualizacao Atualizada em 01/08/25 09h53m
SVG: views 100 Visualizações

Professor Carlos Armani escreve sobre a obra musical de Ozzy Osbourne

Alt da imagem

Nesta sexta, 1º de agosto, a sugestão é conhecer um pouco da obra musical, em carreira solo, do ‘príncipe das trevas’, o inglês Ozzy Osbourne. Carlos Armani, professor do departamento de História da UFSM, um roqueiro de carteirinha (ou melhor, de bateria), discorre um pouco sobre os discos que ele considera mais importantes na trajetória de Osbourne, que faleceu no último dia 22 de julho. Leia abaixo na dica cultural.


“A Santíssima Trindade do príncipe das trevas

Há aproximadamente quatro anos, apresentei uma pequena resenha a respeito de um álbum que, na ocasião, havia completado 50 anos: Master of Reality, do Black Sabbath. A dica cultural que sugeri naquele texto foi um dos álbuns mais importantes já criados na história do heavy metal. Com a recente morte do gigante Ozzy Osbourne, que gravou os vocais de Master of Reality (e ainda participou de outros álbuns do Sabbath que se tornariam clássicos, antes de ser demitido da banda), retomo o tema.

Desta vez, a dica não será Black Sabbath, mas álbuns da carreira solo de Ozzy. Pensei em indicar apenas um, mas, ao refletir sobre sua trajetória desde a saída da banda inglesa, achei mais interessante sugerir os três primeiros discos de sua carreira solo. Para mim, eles formam a santíssima trindade de sua discografia.

Blizzard of Ozz, lançado em 1980, é o primeiro trabalho de Ozzy em sua nova fase. Músicas que se tornaram clássicos quase instantâneos, como “Mr. Crowley”, “Crazy Train” e “I Don’t Know”, fazem parte do álbum de estreia. De modo geral, o disco apresenta riffs fortes e marcantes, executados pelo guitarrista Randy Rhoads, um prodígio virtuoso que teve papel decisivo em recolocar Ozzy no centro da cena do heavy metal — além de influenciar diversas gerações de guitarristas. Para quem viu Ozzy ao vivo, era difícil não se emocionar com o momento em que o chão parecia tremer ao som dos teclados sombrios do início de “Mr. Crowley”. Blizzard provou que o músico de Birmingham ainda tinha muito a dizer.

Um ano depois, Ozzy lançou Diary of a Madman, outro disco que se tornaria um clássico do heavy metal mundial. Em termos musicais, ele seguiu a linha do trabalho anterior, o que garantiu sua continuidade de sucesso. Novamente, Randy Rhoads — um dos guitarristas mais importantes do gênero — esbanjou técnica e criatividade nos riffs e solos. Seu talento, no entanto, foi tragicamente interrompido pelo acidente aéreo que o vitimou fatalmente em 1982.

O terceiro álbum, Bark at the Moon, foi lançado em 1983. Dos três, este foi o que mais me marcou e, de toda a sua discografia, é o meu favorito. Talvez porque seu lançamento tenha sido próximo da minha entrada, aos 12 anos (em 1985), no mundo do metal. Pode-se dizer que a sonoridade característica de Ozzy não mudou muito, exceto pela entrada de outro exímio guitarrista, Jake E. Lee. Músicas como “Bark at the Moon” e “Centre of Eternity”, entre outras, são verdadeiros monumentos musicais. Talvez dos três álbuns, Bark seja aquele que mais flertou com o glam metal e com uma sonoridade mais pop, ao incorporar sintetizadores.

Com esses três álbuns, o ouvinte tem cerca de 120 minutos de heavy metal da mais alta qualidade, produzidos nos anos 1980 — um verdadeiro testamento do impacto artístico de Ozzy Osbourne. Revisitar essa trilogia é, ao mesmo tempo, uma homenagem à sua genialidade e uma forma de sentir, na pele e nos ouvidos, o tamanho da perda que a música sofreu recentemente.”


Carlos Henrique Armani

Professor do departamento de História da UFSM e baterista da banda de death metal ‘Human Plague’.

 

Edição: Fritz R. Nunes
Imagens: Facebook de Ozzy Osbourne; foto de Flávia Armani
Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

SVG: camera Galeria de fotos na notícia

Carregando...

SVG: jornal Notícias Relacionadas

Vai começar a festa da música e da gastronomia

SVG: calendario 25/07/2025
SVG: tag Cultura
Festival de Inverno, que vai de 27 de julho a 3 de agosto, completa 40 edições aproximando UFSM e comunidade regional

Espetáculo “Terezas de Benguela Presente” exalta a ancestralidade e o protagonismo das mulheres negras

SVG: calendario 18/07/2025
SVG: tag Cultura
Montagem coletiva sobe ao palco no dia 25 de julho para celebrar a memória e a resistência de mulheres negras de Santa Maria

Caminhos e origens do rock

SVG: calendario 11/07/2025
SVG: tag Cultura
O professor Clayton Hillig discorre sobre influências do estilo musical identificado pela contestação e rebeldia

Veja todas as notícias