Os prazeres e as agruras de ser professor Publicada em 10/10/25
Atualizada em 10/10/25 16h09m
1088 Visualizações

Gérson Werlang indica a leitura de “Histórias escritas com giz”, livro de Vitor Biasoli

Nesta sexta, 10 de outubro, a dica cultural é de autoria do professor Gérson Werlang, do departamento de Música da UFSM. Às vésperas do Dia da e do Professor, a sugestão é a leitura de “Histórias escritas com giz- memórias de um professor”, do escritor e docente aposentado do curso de História da UFSM, Vitor Biasoli.

Werlang ressalta que a publicação é uma crônica memorialística que recupera os anos de Biasoli no magistério: “sempre com a sensibilidade que o caracteriza, Vitor desfia os prazeres e as agruras de ser professor neste país”. Depois de ser lançada na Feira do Livro de Santa Maria, a obra agora terá seu momento também em Porto Alegre, no dia 1º de novembro, na Bamboletras, às 16h. Acompanhe abaixo o texto da dica cultural.

‘Histórias escritas com giz

Faz uns dez anos que me tornei leitor do Vitor Biasoli, quase por acaso. Naquela época eu recém havia tornado a residir em Santa Maria depois de anos em que alternara Passo Fundo, Porto Alegre, alguns períodos no exterior (EUA, Portugal) com vindas frequentes e uma nunca abandonada relação com Santa Maria. Pois ao retornar como morador definitivo – ao menos até o momento -, retomei um dos meus prazeres mais constantes, que é a ronda pelas livrarias e cafés, e em uma dessas digressões em sebos da cidade encontrei um volume de poemas chamado Calibre 22, de autoria de Vitor. Li e gostei.

Não muito tempo depois, ele lançou um volume de contos, O fundo escuro da hora (verifico aqui que comprei o meu exemplar no dia 2 de maio de 2019, na Feira do Livro de Santa Maria daquele ano). Foi só ali que conheci o Vitor pessoalmente, um sujeito tranquilo, afável e bem-humorado, um “baita cara”, como se diz por aqui.

A partir dali, engrenei na leitura, e também o Vitor entrou numa sequência produtiva formidável, o que deu continuidade às minhas incursões por sua obra. Em 2021, em plena pandemia, lançou outro volume de poemas, Paisagem Marinha; em 2022, Itália, café e trilhos, um livro de crônicas sobre a sua história familiar; em 2023, Os caminhos de Santa Tereza, seu primeiro romance; e finalmente, este ano, Histórias escritas com giz – memórias de um professor.

O novo livro é um retorno à crônica memorialística, e recupera os anos de experiência de Biasoli no magistério. Sempre com a sensibilidade que o caracteriza, Vitor desfia os prazeres e as agruras de ser professor neste país, algo que envolve muitos desafios, quase um heroísmo, além de uma enorme capacidade de improvisação. Greves, esperanças, experiências diárias que depositam tanto uma fé no futuro como uma total desesperança, e que nos fazem pensar: diante de tantas tentativas passadas, o que nos aguarda?

Recomendo fortemente a leitura.”