As Comemorações Sindicais Publicada em 19/06/2020 3675 Visualizações
Havia um projeto de organização do Movimento Docente, na segunda metade dos anos 70, cujos encontros, os ENADs fomentavam a ideia de uma organização nacional. Esse projeto culminou com a fundação da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior – ANDES – em fevereiro de 1981. Esse fato fortaleceu a luta em defesa da Universidade Pública, podendo as organizações dos professores assumir uma dimensão político-sindical nas suas reivindicações, superando a dimensão recreativa e assistencialista.
O novo panorama mudou as referências das ações políticas, permitindo a agregação dos professores em torno das questões essenciais da vida universitária, desenvolvendo outra lógica, que rompeu com o caráter intimista próprio de um clube de amigos. O debate acerca dos problemas da Universidade passou a formar a agenda política das associações e seções sindicais filiadas à ANDES, nos enfrentamentos com o Governo Federal e, algumas vezes, com os dirigentes locais das Instituições Universitárias.
A Associação dos Professores (APUSM) participou da fundação da ANDES, com a presença de lideranças como Sergio Pires, seu presidente na época. A Associação Nacional se transformou em Sindicato Nacional, em 1988, e filiou-se à CUT, em 1989. Os novos dirigentes, dadas as novas conjunturas políticas, decidiram se desfiliar da entidade nacional. No entendimento deles, uma associação de professores não deveria se vincular a outras categorias, pois nada os ligava às lutas gerais dos demais trabalhadores.
Os docentes, que entendiam ser outra a forma de participação na vida da Universidade Brasileira, criaram em 7 novembro de 1989 a Seção Sindical dos Docentes da UFSM – SEDUFSM – com a perspectiva de assumir esse caráter sindical do movimento docente e dar continuidade ao conjunto das lutas pela democracia universitária.
Decorridos 26 anos da fundação da Seção Sindical, ao comemorarmos esse aniversário, olhamos a história e buscamos na memória os acontecimentos, para que as gerações atuais e futuras saibam da importância histórica dos movimentos políticos e sociais e de suas contribuições na consolidação da vida democrática, seja no âmbito da Universidade, seja no espaço maior da sociedade civil.
Tratou-se de uma experiência necessária e de um aprendizado imprescindível para chegarmos até aqui. Acreditamos que a força de uma categoria organizada lembra a parábola do feixe de varas, separadas são frágeis, mas unidas em feixes, ninguém as quebra.
Sobre o(a) autor(a)
Por Cecilia PiresProfessora aposentada do curso de Filosofia da UFSM