Greve geral em Santa Maria atinge UFSM, transporte e outros setores
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Atualizada em
28/04/17 16h22m
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Manifestantes se espalharam em protestos por diversos pontos da cidade nesta sexta, 28 de abril
A greve geral em Santa Maria aconteceu como há muito não se via. Foram vários protestos, já no início da manhã, espalhados por diversos pontos da cidade, eventos que ajudaram a encorpar na cidade, um movimento de caráter nacional, chamado pelas principais centrais sindicais brasileiras contra as reformas da previdência e trabalhista, e contra a lei das terceirizações.
A primeira atividade em Santa Maria iniciou por volta das 4h, quando um grupo de aproximadamente uma centena de pessoas, entre sindicalistas, estudantes e trabalhadores de diversas categorias, se reuniram na Avenida Liberdade nas proximidades da Avenida Presidente Vargas. Pontualmente às 4h30, os manifestantes se dirigiram até a frente da garagem da Expresso Medianeira, no bairro Patronato. A empresa é a maior da cidade, com aproximadamente 130 veículos, respondendo por 60% da frota do município. Com pneus, galhos e tubos de concreto, os manifestantes trancaram a saída dos veículos, ação que se estendeu até o meio-dia, reduzindo a circulação dos ônibus urbanos.
Já por volta de 6h30 da manhã, um outro grupo de pessoas, especialmente ligados aos segmentos da UFSM (estudantes, técnico-administrativos e professores) se concentraram na Avenida Roraima, pouco depois do trevo com a Faixa Nova de Camobi. Dezenas de manifestantes trancaram a passagem de veículos, protestando contra as reformas do governo de Michel Temer. Nesse ato, do qual a Sedufsm e a comissão de mobilização fizeram parte, também foram lembradas as condições precárias da universidade, que corre o risco de fechar as portas por falta de recursos. Somente foram autorizados a passar ambulâncias e pessoas que tinham urgência em acessar o Hospital Universitário.
Ações espalhadas pela cidade
Ao longo da manhã os protestos foram se espalhando por diversos pontos da cidade. Por volta das 7h, na BR 158, após o trevo da Uglione e próximo à Expresso Medianeira, um bloqueio foi feito por manifestantes com pneus e madeira, que foram incendiados. De forma concomitante, um grupo de trabalhadores e sindicalistas montou uma barricada impedindo o acesso à região do Distrito Industrial de Santa Maria. Já no meio da manhã, em torno das 10h30, dezenas de trabalhadores e trabalhadoras, incluindo servidores estaduais contra o pacote de ajuste fiscal do govenador Sartori, bancários e funcionários dos Correios em greve, fizeram um trancamento no Túnel Evandro Behr, uma das principais vias centrais da cidade. Esse ato se estendeu ao longo da manhã, sendo replicado em outras ruas centrais de Santa Maria.
Antiga Reitoria
Os projetos de desmonte da previdência, dos direitos trabalhistas, bem como os cortes na universidade foram alvos de novo protesto por volta de meio-dia. Dessa vez, a manifestação ocorreu em frente ao prédio da Antiga Reitoria da UFSM. Formado por uma maioria de estudantes, o grupo trancou durante algum tempo a Floriano Peixoto, em frente ao prédio da Antiga Reitoria. Os manifestantes distribuíram panfletos e procuraram dialogar com a população sobre os motivos que levaram à greve geral neste 28 de abril. A paralisação segue ao longo do dia, com a realização de ato público e caminhada ao final da tarde.
(Veja mais fotos abaixo, em anexo)
Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: Fritz Nunes e Bruna Homrich
Assessoria de imprensa da Sedufsm