Sedufsm: memórias de resistência e compromisso SVG: calendario Publicada em 28/11/2014 SVG: views 349 Visualizações

Entre 2006 e 2008 estive à frente da gestão Resistência e Compromisso que dirigiu nossa entidade máxima dos docentes da UFSM.

Um biênio de intensas atividades sindicais e acadêmicas, em que nossa Seção Sindical esteve em várias frentes pela universidade pública, gratuita, estatal, de qualidade e socialmente referenciada e por um sindicalismo independente de governos ou administrações universitárias, em defesa isonômica da categoria.

Em uma conjuntura de refluxo organizativo para os trabalhadores e os movimentos sociais, realizarmos alianças com técnico-administrativos, estudantes e outras categorias contra as tentativas de enfraquecer a resistência sindical através de reformas trabalhistas e sindicais. No debate de grandes temas, o projeto Cultura na SEDUFSM se consolidou como referência de um sindicato que influencia o pensamento crítico e cotidiano da realidade local e regional.

Resistimos em defesa da autonomia e da reforma universitária contra os discursos individualizantes e privatizantes, sobretudo ampliando os debates sobre o “Repensar a Universidade”, iniciado nas gestões anteriores, bem como na defesa das cotas. Em temas polêmicos como as fundações de apoio e a ampliação do ensino superior, nos contrapomos a modelos de Universidade que procuravam submeter parte da pesquisa e da extensão a lógica perversa do individualismo e do mercado, contra fundações de apoio que se tornaram cúmplices da privatização interna das Instituições Federais de Ensino Superior, bem como questionamos a forma de reestruturação do Ensino Superior que se iniciava, defendendo que a mesma não poderia abrir mão da qualidade.

Em relação às fundações de apoio, logo após um polêmico seminário em setembro de 2007, que reuniu colegas de nossa Universidade, da UFRGS, da UFPEL e da FURG, veio à tona a Operação Rodin e um dos mais tristes capítulos da história da UFSM. Na época, muitos perguntavam se partiram de nós as denúncias. Até as pedras de Santa Maria e da UFSM sabem que nossa crítica às fundações sempre foi política, enquanto que as disputas internas da Instituição e quaisquer indícios de problemas em torno das fundações eram problemas para os órgãos federais competentes.

Foi no meio da gestão 2006-2008 que choramos a morte de nosso polêmico e terno Conselheiro Joél Abílio Pinto dos Santos, que tão cedo nos abandonou, mas deixou o ensinamento que devemos e podemos deixar esta vida lutando pela Universidade que queremos, como ele costumava dizer, pois “um dia isto tudo vai ser nosso!”.

Por tudo isso e muito mais, penso que estivemos comprometidos com as pautas e as lutas históricas do movimento docente, através de sindicalismo combativo continuado nas gestões posteriores de nossa entidade sindical. Por tudo isso e muito mais, vida longa à SEDUFSM nestes 25 anos históricos de sua existência!

(Publicado em A Razão de 27 de novembro de 2015)