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Voltando do futuro: Olimpíadas de Tokyo

10/08/2021

1) Antonio Guilherme Schmitz Filho e 2) Braulio da Silva Machado
Professores pesquisadores integrantes do Laboratório de Análise dos Cenários Esportivos na Mídia CEFD/UFSM

Antonio Guilherme Schmitz Filho   
Bernardo Carbone dos Santos   
Bráulio da Silva Machado   
Marcos Roberto Cairrão  (*)

(*) Professores pesquisadores integrantes do Laboratório de Análise dos Cenários Esportivos na Mídia- CEFD / UFSM

O tempo é um tema estudado pelo ser humano há séculos. Vários filósofos escreveram sobre ele, talvez um dos mais importantes seja Santo Agostinho. De lá para cá, as tentativas e estudos para controlá-lo são exaustivamente ensaiados. Filmes, séries e outras artes mostram essa experiência. Um bom exemplo é um dos filmes mais conhecidos sobre o tema, “DE VOLTA PARA O FUTURO”. Mas qual a importância da relação do tempo com as Olímpiadas?

A pandemia remexeu consideravelmente a relação estabelecida com o tempo. É estranho assistir às Olimpíadas em 2021, com todas as imagens e cenários nos levando para Tóquio-2020. A Covid-19 dobrou e redimensionou o tempo, as temporalidades. Restrições, liberações, avaliações, bolhas, testagem, vacinação, cuidados, máscara; entre tantos termos, ingressaram no cotidiano mundial e passaram a balizar condutas e caminhos.

Durante os jogos, alguns cenários chamaram atenção no que tange à reflexão sobre a saúde mental, como por exemplo, a decisão tomada pela ginasta Simone Biles e seu relato: "Coloque sua saúde mental em primeiro lugar. Não importa se você está no palco mais alto, isso é mais importante do que qualquer outra medalha que você pode ganhar ".

A partir dessa reflexão é necessário relembrar que os jogos estavam marcados, num primeiro momento, para acontecerem do dia 24 de julho a 9 de agosto de 2020. Porém, devido à pandemia de Covid-19, pela primeira vez na história, o evento foi adiado e após cinco anos da última edição (Rio 2016), aconteceu (23 de julho a 8 de agosto de 2021).

O tempo de preparação interferiu diretamente na saúde mental dos atletas, além de que várias outras coisas aconteceram no período, a exemplo do que ocorreu com uma jogadora de vôlei e capitã da seleção brasileira, Fabiana Claudino, que ficou dividida entre continuar se preparando para os jogos olímpicos ou realizar o sonho de ser mãe. Certamente uma decisão com grande carga emocional.

A remarcação dos jogos olímpicos de Tóquio 2020 acabou afetando também a performance física dos atletas, que acabaram reorganizando o tempo de sua preparação para a competição.

Neste sentido, traços sensacionalistas da cobertura midiática, que tradicionalmente envolve grandes eventos esportivos, acabaram colaborando de forma singular e inédita para a compreensão de uma dimensão do processo de preparação e treinamento esportivo, que normalmente é abordado apenas de maneira periférica, dado o baixo potencial de repercussão que o assunto oferece em condições de normalidade.

Em circunstâncias de sucesso esportivo, a superação de dificuldades invariavelmente é ajustada nas programações como pauta de maior relevância, nas derrotas e dificuldades, entretanto, como praxe apenas não há o que apresentar ao público. Mas a importância de alguns atletas no cenário midiático é tamanha, que inevitavelmente suas vozes foram ouvidas, levando às mesas-redondas dos programas, ditos especializados, outras dimensões ao fenômeno esportivo, apresentado de forma imbricada ao contexto da pandemia em um primeiro momento, mas revelando um potencial de captação da atenção dos espectadores, oferecendo lastro à manutenção do assunto nas notas de programação.

Retomando a ideia do filme “VOLTA PARA O FUTURO” ​​e utilizando o mesmo elemento que o ator principal usava, o skate; o esporte dobrou e redimensionou a nossa realidade e trouxe do futuro as primeiras medalhas olímpicas para o Brasil. A inocência e o sonho invadiram os cenários, ídolos viraram tietes e tietes viraram ídolos. Futuro e presente, disjuntivamente foram conectados e um transbordamento de novas perspectivas esportivas conectou à realidade que uma ficção científica no cinema.

Voar com uma tábua sob os pés, se lançar ao ar de forma destemida e aterrissar como se tudo aquilo fosse perfeitamente natural, transformou dimensões junto à audiência brasileira, transformou também a própria interpretação do fenômeno esportivo. Comissões esportivas reorganizadas com a presença dos pais das crianças / atletas, uma nova função, um novo momento olímpico que o futuro nos brindou, para refletirmos sobre os rumos do esporte e a importância de ampliar o nível de oportunidades em todas as hipóteses possíveis e sonhadas.




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