Homenagem a Nei D’Ogum SVG: calendario Publicada em 29/11/2023

O dia 29 de novembro, foi de muita emoção para quem esteve no Centro de Convenções da UFSM, na homenagem ao patrono da Semana da Consciência Negra da UFSM de 2023, Nei D’Ogum. Nascido Vilnes Gonçalves Flores Jr., Nei D’Ogum faleceu em 2017 deixando sua marca junto ao movimento negro de Santa Maria e do Rio Grande do Sul, e também junto a outros movimentos como os que combatem a LGBTfobia.

Nei foi aluno do curso de Artes Cênicas da UFSM, onde ingressou como cotista, modalidade que também fazia parte da sua bandeira de luta. Na condição de ativista, ele foi um dos importantes defensores da política de ações afirmativas para a universidade. Morador da periferia, Nei tinha atuação importante no Loteamento Cipriano Rocha, onde também cumpriu papel de líder comunitário e de agitador cultural.

Durante o ato de reverência à memória do “preto, pobre e puto”, como ele mesmo se autointitulava, muitos depoimentos emocionados sobre a importância dessa liderança, que em 2014 chegou a ganhar o Prêmio Diversidade RS, em Porto Alegre e, em 2016, premiado com a Comenda Zumbi dos Palmares, na Assembleia Legislativa do RS.

Um desses depoimentos foi o do coordenador-geral do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFSM, professor Anderson Machado dos Santos. Para o docente, os passos de Nei D’Ogum foram essenciais para o movimento negro, com destaque fundamental no debate sobre a implantação de cotas.

No seu período de atuação, em diversas frentes, Nei também era bastante identificado como um praticante de religião de matriz africana. Pertencia à Comunidade de Terreiro Ilê Axé Ossanha Agué e foi articulador da 1ª Conferência Municipal e Regional dos Povos de Terreiro.

Nei D’Ogum foi chamado em vários momentos, na solenidade, como sendo o “padrinho” de homens e mulheres que vieram a praticar religião de matriz africana. No entanto, Ascísio Pereira, presidente da Sedufsm, uma das entidades que esteve à frente no apoio às atividades do Mês da Consciência Negra, trouxe uma classificação nova: pedagogo negro.