35º Congresso inicia com debate intenso sobre reação à crise
Publicada em
25/01/16
Atualizada em
26/01/16 00h31m
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Evento que definirá política do ANDES-SN de 2016 iniciou nesta segunda, em Curitiba (PR)

O 35º Congresso do ANDES-SN iniciou nesta segunda, dia 25, em Curitiba (PR), na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFPR), com a participação de aproximadamente 450 professores de todo o país, que já se depararam com um debate intenso sobre a questão da crise brasileira nas plenárias do dia. Em sua fala na plenária de abertura, o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes, Paulo Rizzo, destacou que o ano de 2015 foi difícil, com uma greve em que o governo Dilma se negou a negociar, com os cortes de recursos no setor público e com a crise econômica atingindo todos os setores da sociedade. No entanto, destacou, não há nada que esteja ruim que não possa piorar, referindo-se ao anúncio do governo de uma nova reforma previdenciária, que ameaça direitos dos trabalhadores em benefício do capital.
Apesar do quadro de gravidade da crise, que tende a se acentuar, Rizzo também apontou que existem situações no cenário político que colocam esperança de que é possível haver resistência, dando como exemplo a mobilização dos estudantes secundaristas em São Paulo, que ocuparam centenas de escolas e obrigaram o governo tucano de Geraldo Alckmin (PSDB) a recuar em seu projeto de reestruturação das escolas. Para o dirigente do ANDES-SN, também devem servir de espelho a heroica mobilização de professores e estudantes do Paraná contra a política de desmonte estatal do governo Beto Richa (PSDB). Mereceu ainda referência os protestos do “Fora Cunha”, presidente da Câmara dos deputados acusado de corrupção.
A mesa de abertura do evento foi composta por representantes do Sindicato dos docentes da UTFPR, que recebe o congresso, da Fasubra, Mosap, Cfess, Anel, da UFTPR, Sinal e CSP-Conlutas, além de diretores do ANDES-SN. Em suas falas, os dirigentes ressaltaram a capacidade de organização do Sindicato Nacional, como um exemplo de luta em defesa da educação pública e também dos direitos da classe trabalhadora.
A apresentação cultural na abertura do Congresso ficou a cargo da Orquestra à Base de Cordas, que apresentou composições próprias, arranjos de músicas populares como “Carinhoso”, de Pixinguinha, e contou com a participação do professor Jazomar Vieira (Sindutfpr), interpretando canção de sua autoria.
CSP-Conlutas e o agravamento da crise
Representando a CSP-Conlutas, Paulo Barela destacou que o 35º Congresso se realiza num momento bastante difícil para a classe trabalhadora, com o agravamento da crise econômica mundial. “O congresso, ao mesmo tempo em que é realizado numa cidade emblemática, em função da luta desenvolvida pelos servidores públicos, sobretudo pelos professores, e que se consagra numa campanha pelo ‘Fora, Beto Richa!”, também se coloca num cenário de muitos ataques”, ressaltou.
Barela lembrou que o governo anuncia uma nova reforma da previdência, que, combinada com a reforma de 1998 e de 2003, vai aprofundar o ataque à aposentadoria dos trabalhadores, principalmente das trabalhadoras, já que se pretende elevar a idade de aposentadoria para 65 anos e igualar homens e mulheres.
35 anos do Sindicato
Na fala de abertura, o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, destacou os 35 anos do Sindicato Nacional, que serão comemorados em fevereiro deste ano. A data está sendo marcada no Congresso com uma exposição de registros fotográficos da história da entidade.
O dirigente do ANDES-SN enfatizou também a grande participação dos docentes no 35º Congresso. “Estamos com a expectativa de boas discussões durante o congresso, pois ele ocorre num momento em que o ANDES-SN, a partir de sua base, discutirá e encaminhará orientações precisas para enfrentar a conjuntura difícil que se apresenta para 2016”, avaliou.
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