Dica cultural: o fantástico e o histórico em “Kindred”, de Octavia Butler SVG: calendario Publicada em 09/04/21 17h51m
SVG: atualizacao Atualizada em 09/04/21 17h58m
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Livro é indicado pela professora Nikelen Witter, do departamento de História

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Sextou na quarentena! E a dica desta sexta, 9, é da professora Nikelen Witter, do departamento de História da UFSM. Aqui, ela indica o livro “Kindred”, da escritora afro-americana Octavia Butler. Desde que terminou essa leitura, a docente busca recomendá-la para mais pessoas, qualificando-a como uma obra que utiliza o elemento fantástico para tocar em questões históricas, sociais e necessárias.

*Como viemos fazendo desde o início da pandemia, a ideia, neste espaço, é convidar professores/as para indicarem alguma obra cultural, partilhando sugestões e percepções a fim de que os finais de semana em meio à pandemia possam ser mais diversos e agradáveis – ainda que passados em casa. Se você, professor/a, tem interesse em escrever sobre alguma obra – filme, documentário, livro, disco, peça teatral -, passa um email para sedufsm@terra.com.br.

Leia o comentário:

“Existem livros que não “te tocam”, eles te abalroam e te fazem tremer em todas as tuas estruturas. Romances como Kindred, da incrível Octavia Butler. Desde que o li, tenho feito o possível para indicá-lo para mais e mais pessoas. Entre as acadêmicas e acadêmicos com quem trabalho, já inclusive recebi mensagens que me agradecem por ter falado sobre este livro para eles.

Octavia Butler é conhecida como a grande dama negra da Ficção Científica, mas ela é mais, muito mais. Para mim, faz parte da grande tríade de escritoras de ficção especulativa da América do Norte, junto com Ursula Le Guin e Margareth Atwood. É um privilégio poder ler o que estas mulheres produziram nos séculos XX e XXI, servindo-se de um gênero tantas vezes desprezado, essas autoras usam o fantástico e o não existente como uma ferramenta para abrir nossa percepção às tendências mais terríveis do nosso mundo.

Octavia é única em sua escrita despretensiosa e fluida, porém, não se engane, suas histórias são tão poderosas que é impossível terminá-las sem estar transformada pela tridimensionalidade, dúvidas, dores e esperanças de suas personagens.

Em Kindred, no ano de 1976, uma jovem escritora negra, recém-casada, está se mudando para um novo apartamento junto com seu marido, um escritor branco. Sem saber como ou por que, seu corpo e consciência são atraídos para a existência de um menino branco cuja linha da vida corre no Sul dos EUA antes da Guerra Civil. Toda vez que esse menino se sente em perigo, a escritora é arrastada para esse mundo em que, mais do qualquer outro, ser uma mulher negra é algo muito perigoso.

Butler trata de crueldade, de resistência, de força e do peso da História. Porém, é também um livro sobre amor, sororidade, uniões verdadeiras e aquelas que se baseiam em abuso e controle do outro. Sobre o poder que temos sobre nós mesmos e sobre os afetos que, sem igualdade, são sementes de destruição”.

Nikelen Witter

Docente do departamento de História da UFSM

 

Edição: Bruna Homrich

Imagens: Amazon e Arquivo Pessoal

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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