Docentes da UFSM recebem 1ª dose da vacina, mas presencialidade ainda é insegura SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 11/06/21 18h28m
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Para diretora da Sedufsm que atua na linha de frente, só poderemos falar em retorno seguro com a vacinação de estudantes

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Equipe responsável pela vacinação dos(as) professores(as) da UFSM na última terça, 8

Na última terça-feira, 8 de junho, foi a vez de os professores e professoras da UFSM receberem a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Na data, também foram vacinados(as) técnico-administrativos(as) em educação e trabalhadores(as) terceirizados(as). Segundo dados da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP), 2.355 servidores(as) e 645 funcionários(as) terceirizados(as) receberam o imunizante. 

Desde cedo, o Facebook estava repleto de fotos de docentes sendo vacinados e referenciando o trabalho da ciência, dos(as) pesquisadores(as) e do Sistema Único de Saúde (SUS). José Iran Ribeiro, docente do departamento de Metodologia do Ensino da UFSM e integrante do Conselho de Representantes da Sedufsm, foi um dos responsáveis por essas postagens. Em entrevista ao nosso site, ele conta que, enquanto aguardava na fila da imunização, era tomado de contentamento e ansiedade.

Professor José Iran Ribeiro recebendo a primeira dose da vacina

“Foi muito tempo esperando isso. Tem o sentimento de ser um privilegiado, porque a maioria da população ainda não tem acesso à vacina. Mas fiquei muito feliz no sentido de estar colaborando para que a pandemia diminua, pois um maior número de pessoas vacinadas significa diminuição de casos e óbitos. Fiquei feliz também por ver tantas pessoas queridas, colegas de trabalho, pessoas que gostamos, admiramos, sentimos saudade em função do afastamento nesse tempo todo, sendo vacinadas. É um misto de alegria e indignação porque demorou tanto para chegar, e hoje em dia sabemos que era possível que tivesse chegado antes, mas por decisões políticas, na minha opinião muito equivocadas, do governo federal isso não aconteceu”, comenta Ribeiro.

Desde o início estando na linha de frente da vacinação contra a Covid-19 em Santa Maria, a professora Teresinha Weiller, diretora da Sedufsm, diz que enfim ver seus colegas de universidade serem vacinados foi de uma emoção muito grande.

“Fui uma grande militante em defesa da reforma sanitária e da constituição e consolidação do SUS. Então, participar da campanha em plena pandemia é a minha contribuição. Nós lutamos tanto para constituirmos um sistema de saúde público, universal, gratuito e de qualidade. Agora, uma das questões mais importantes é reafirmamos seu papel”, destaca a dirigente, defendendo que o processo de vacinação deveria estar liberado pra todos(as) os(as) brasileiros(as) acima de 18 anos, mas que, por decisões políticas do governo federal, a imunização está andando num ritmo aquém do necessário.

Outro aspecto destacado por Teresinha é o envolvimento dos(as) estudantes com o as ações de combate à pandemia. “Também é um momento de formação e aprendizado dos alunos que estão ali tendo a possibilidade de interagir nesse processo de humanização da assistência. Tem sido gratificante porque sempre acreditei que o SUS tinha e tem esse papel”, destaca a professora, que integra o departamento de Enfermagem da UFSM.

Hora de retornar?

Com a notícia da vacinação de professores(as) federais, alguns setores já começaram a pressionar pelo retorno das aulas presenciais na universidade.

 “A vacina é uma esperança. Na terça, os(as) professores(as) tomaram a primeira dose dessa esperança”, diz Teresinha. Mas ela também assegura: não é, nem de perto, momento de retornarmos à presencialidade.

Primeiramente porque apenas a primeira dose da vacina não garante a imunização contra a Covid-19. Apenas 21 dias após a aplicação da segunda dose é que o nosso sistema imunológico teria condições efetivas de combater a doença. “Portanto voltar a partir da primeira dose é uma insanidade. Todos os estudos, epidemiologistas e infectologistas têm dito que, contra a Covid-19, só temos duas armas: a vacina com as duas doses, e o distanciamento social. Então para voltar aos ambientes de trabalho, docentes, técnico-administrativos(as) em educação, terceirizados(as) e alunos(as) devem, necessariamente, ter recebido as duas doses, senão estaremos criando um ambiente propício à circulação de novas cepas do vírus”, esclarece Teresinha. Só quando tivermos entre 70% e 80% da população vacinada com as duas doses é que começaremos a tirar o vírus de circulação, garante a diretora da Sedufsm.

Ela acrescenta que algumas pessoas vinculadas à área da saúde – tanto trabalhadores(as), quanto pesquisadores(as) e estudantes – já receberam a vacina em função de uma demanda do próprio sistema de saúde.

Para Ribeiro, também não é momento de retorno. “Os alunos não foram vacinados, então colocar 40 ou mesmo 20 pessoas dentro da sala de aula sem que essas pessoas estivessem vacinadas seria um prejuízo muito grande não só para a universidade, mas para a cidade. O retorno presencial significa que mais pessoas teriam que retornar para Santa Maria, circular pela cidade, usar ônibus, supermercado, estando sujeitas a serem contaminadas e também a contribuírem para que os casos na cidade aumentassem significativamente”, opina o docente.

Flexibilização

Em recente entrevista ao jornal Diário de Santa Maria, o Pró-Reitor de Graduação, Jerônimo Tybusch, informou que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) deve discutir, nas próximas semanas, uma maior flexibilização do retorno às atividades práticas. Até então, a presencialidade é garantida apenas para atividades práticas dos cursos da área da saúde. A ideia, para o segundo semestre, é estender a possibilidade de retomar atividades práticas presenciais em cursos de outras áreas do conhecimento.

Para Teresinha, não há como defendermos qualquer possibilidade de retorno que não seja com a imunização. “Se a projeção do Ministério da Saúde se confirmar, a população mais jovem toma a segunda dose em dezembro. Tudo depende do andamento da vacinação. Porque nem os campos de prática irão receber professores(as) e alunos(as) que não estiverem imunizados”, comenta. Esse caso poderia ser aplicado às licenciaturas, por exemplo, cujos alunos necessitam, em sua maioria, de fazer estágios em escolas ou outras instituições.

Além disso, ela explica que a prioridade deve ser dada às disciplinas práticas e teórico-práticas represadas – ou seja, que foram concluídas pela metade ou sequer foram lecionadas.

“Nós temos três semestres que já andaram no modo REDE: primeiro e segundo semestres de 2020, e primeiro semestre de 2021, que termina em nove de setembro. A maioria das nossas disciplinas [no curso de Enfermagem] são teórico-praticas e práticas. Os alunos já encerraram a parte teórica das disciplinas teórico-práticas, e estão aguardando para fazer a prática. No segundo semestre temos que dar conta dessas atividades que estão represadas ainda dos semestres anteriores”, diz Teresinha.

Nesse sentido, é preciso atentar, para além das questões sanitárias, aos variados calendários que podem se contrapor e gerar sobrecarga aos(às) docentes.

“Somos as mesmas pessoas para estarmos nas aulas práticas e no ensino remoto. Temos um conjunto de atividades teórico-práticas para serem regularizadas dentro da universidade e cada curso de graduação tem a sua especificidade”, argumenta a docente, atentando para o fato de que, se as atividades práticas retornarem, os(as) professores precisarão se dividir entre as aulas teóricas do semestre via REDE e o acompanhamento dos estudantes nas atividades práticas presenciais.

“No segundo semestre temos que integralizar as disciplinas que ainda estão abertas. Isso só pode acontecer se alunos e professores tiverem sido vacinados. Não há outra possibilidade para o retorno”, garante Teresinha.

 

Texto: Bruna Homrich

Imagens: Arquivos Pessoais

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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