Número de servidores em teletrabalho diminuiu no auge da pandemia
Publicada em
16/07/21
Atualizada em
16/07/21 11h23m
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Diretora da Sedufsm avalia que dados comprovam política genocida do governo federal

Após a primeira onda de Covid-19, empregadores relaxaram algumas das medidas de distanciamento social. E no governo federal a situação foi parecida. Uma parte significativa de servidores e servidoras públicos (as) retornou ao trabalho presencial. E, mesmo com a segunda onda da doença, eles não voltaram ao teletrabalho. A resultante desse quadro é que, mesmo com recordes de mortes por Covid-19, durante a segunda onda havia menos servidores federais em home office do que no primeiro pico de óbitos pela doença.
Conforme dados publicados pelo jornal ‘Metrópoles’, de Brasília, a quantidade de servidores federais listada como em modalidade de teletrabalho por conta da pandemia caiu de 87,5 mil, em outubro de 2020, para 49,7 mil, em janeiro de 2021, o que representa uma redução de 43,2%.
Ainda segundo o jornal, mesmo com a intensificação na quantidade de mortes pelo novo coronavírus, no primeiro trimestre deste ano, o número de servidores em trabalho remoto por conta da pandemia pouco cresceu no mesmo período, com o retorno de poucos funcionários ao home office. Esse índice passou de 49,7 mil, em janeiro, para 57,4 mil, em maio. A alta foi de menos de 8 mil servidores, ou 15%. Se considerado o pico de outubro de 2020, entretanto, houve queda de 34,4%.
Na avaliação da professora Marcia Morschbacher, secretária-geral da Sedufsm, esses dados indicam a real política do governo na pandemia, ou seja, uma política responsável pelo genocídio em curso no país. Marcia entende que “há uma evidente pressão sobre os/as servidores/as, que vem na forma, para ficar em alguns aspectos, da imposição do retorno ao trabalho presencial sem condições adequadas, da intensificação do trabalho e da retirada de direitos”.
Ataques conectados
Para a dirigente da Sedufsm, “o retorno ao trabalho presencial, nas atuais condições da pandemia, e sem a efetiva implantação de protocolos sanitários nos locais de trabalho, colocam em risco a saúde das pessoas (os/as servidores/as e a população que acessa os serviços prestados)”. Marcia Morschacher acrescenta ainda que “é preciso questionar quais são as condições em que estes/as servidores/as foram/estão sendo submetidos ao trabalho presencial: provavelmente, sem vacina para todos/as e todas, sem testagem em massa, fornecimento de EPIs de qualidade, sem adaptação na estrutura física dos espaços de trabalho, entre outros aspectos”.
A diretora da seção sindical também vê conexão entre o fato expressado pelos números e outros ataques do Executivo Federal. Márcia afirma que é preciso lembrar que, durante a vigência da pandemia, o governo Bolsonaro aprovou a Lei Complementar 173/2020, que proíbe qualquer reajuste ou adequação na remuneração, criação de cargos e funções e alterações na estrutura das carreiras, que impliquem em aumento de despesas e da PEC 186, que congelou os salários dos/as servidores/as públicos. “E temos pela frente a reforma administrativa. São aspectos conectados”, enfatiza Marcia.
Texto: Fritz R. Nunes com informações e ilustração do ‘Metrópoles’
Assessoria de imprensa da Sedufsm
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