Caminhada por Justiça marca 106 meses da tragédia na boate Kiss SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 29/11/21 16h44m
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Atividade ocorreu no último sábado, 27, na iminência do julgamento esperado há quase nove anos

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A Rua dos Andradas, em Santa Maria, ficou interditada por algum tempo na noite do último sábado, 27 de novembro. O motivo era a manifestação de mães, pais, familiares de vítimas, sobreviventes e apoiadores do movimento que, há 106 meses, pede justiça para as 242 vítimas fatais e para os mais de 600 feridos no incêndio da boate Kiss.

Por quase nove anos, a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) vem realizando atividades no dia 27 de cada mês, tendo por motivação central a luta para que a passagem lenta de um dia após o outro, em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, cujo prefeito à época da tragédia hoje ocupa o  cargo de secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos em Porto Alegre, não vá tornando aquela madrugada de 27 de janeiro de 2013 um ponto mais vez mais distante, borrado e longínquo na história. A luta não é para reviver a dor, mas para que a dor vivida não tenha sido em vão. A luta é para que o caso Kiss não carregue a marca da impunidade – principal marcador de permissividade a novas tragédias evitáveis.

A manifestação do último sábado, contudo, para além de homenagear as vítimas e registrar mais um mês de luta contra o esquecimento, ocorreu às vésperas do início do julgamento do caso Kiss em Porto Alegre – o que conferiu à atividade, iniciada por volta das 19h30 em frente à tenda da AVTSM, na Praça Saldanha Marinho, uma tônica de ainda maior cobrança e comoção.

Após a fixação de 242 cruzes de madeira nos arredores do Viaduto do Behr, a caminhada saiu da Praça e adentrou a rua Rio Branco, em direção à sede da boate. Lá foram exibidos vídeos de familiares e apoiadores pedindo justiça e responsabilização para a tragédia. Em seguida, Flávio Silva, presidente da AVTSM, expressou um pouco da dificuldade vivenciada pelas famílias neste período, especialmente frente a “argumentos e provocações” acionados por advogados de defesa dos réus.

*Flávio Silva

“Todos nós já estamos muito machucados. Esses argumentos e provocações usados por advogados de defesa, atirando para todos os lados, acaba respingando em nós, familiares. A gente não merece receber mais isso. Além de essas pessoas serem as grandes responsáveis pelo assassinato dos nossos filhos, ainda continuam com uma campanha de vitimização, tentando se colocarem de toda forma como vítimas. Esses últimos meses foram muito difíceis. Algo que ficou me corroendo por quase dois anos foi o fato de eu ter sido arrolado para testemunhar para o maior responsável pela morte dos nossos filhos”, diz Silva, em referência ao fato de ter sido arrolado como testemunha de defesa por Jader Marques, advogado de defesa de Elissandro Callegaro Spohr, um dos sócios da boate.

Julgamento

O tribunal do júri que vai decidir sobre o caso Kiss tem início nesta quarta-feira, 1º de dezembro, em Porto Alegre, e tem previsão de se estender por aproximadamente 15 dias. No banco dos réus estão os dois sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor cultural Luciano Bonilha, da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no local na noite da tragédia.

Em entrevista à Assessoria de Imprensa da Sedufsm, Silva comentou sobre a expectativa frente ao início do julgamento.

“[É] uma esperança muito grande depositada nas mãos da sociedade, ou seja, no Conselho de Sentença. A gente espera que, mesmo depois de nove anos, seja feita justiça. Quando falamos em justiça, queremos dizer que é uma justiça ampla, ou seja, uma condenação dos quatro réus por dolo, porque está bem explícita a responsabilidade deles. Então, entendemos que, para que haja justiça, sejam responsabilizados por dolo e o ideal é que o juiz mandasse recolhê-los (ao presídio) após o término do júri”, comenta o presidente da AVTSM e pai de Andrielle Righi, uma das 242 vítimas fatais do incêndio.

 

Texto: Bruna Homrich

Fotos: Bruno Silva

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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