Cobertura vacinal ainda é insuficiente, alertam especialistas sobre nova variante
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Atualizada em
02/12/21 16h15m
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Adesão à vacinação contra o novo coronavírus é maior no Brasil que na Europa, destaca médico
“Ainda é muito cedo para sabermos quais as características da nova variante do novo coronavírus, a ômicron, em termos de proteção vacinal e transmissão. E são essas as características que podem fazer a gente mudar a estratégia de combate à pandemia.” O comentário é do médico epidemiologista e professor da UFSM, Marcos Lobato. Em meio a essa incerteza, a estratégia é manter os cuidados, como o uso da máscara, e acelerar a vacinação, destaca ele.
Segundo Lobato, o Brasil ainda não está numa cobertura vacinal ideal, que significaria um percentual da população com 90% de imunização completa. Porém, na visão do médico, o fato positivo é que, em nosso país, pesquisas mostram que a aceitação à vacinação alcança 90%, enquanto na Europa, a resistência tem sido maior, levando a que o índice de vacinados bata no teto. O especialista pondera que, naquele continente, os problemas com a doença já vinham crescendo antes mesmo da ômicron, ainda sob efeito da delta.
No caso de Santa Maria, Lobato ressalta que o percentual de vacinados ainda é insuficiente, ficando abaixo de 80%. No entanto, ele demonstra otimismo na medida em que a população mais jovem, ou seja, os que têm entre 15 e 20 anos, ainda estão no período para realizar a segunda dose. Sendo assim, a maioria poderá completar o esquema vacinal ainda em dezembro, o que melhoraria o cenário, jogando para uma cobertura próxima de 90% no município.
Fiocruz enfatiza importância do passaporte vacinal
A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), em seu boletim divulgado na sexta passada (26/11), alertou para a importância de manutenção dos cuidados durante as comemorações de final de ano e das festas de verão. Pesquisadores (as) recomendam cautela e o monitoramento de quaisquer possíveis sinais de recrudescimento da Covid-19.
Ressaltam também a necessidade de continuar avançando com a vacinação (primeira e segunda doses, e o reforço vacinal). E ainda defendem medidas como a exigência de imunização contra Covid-19 para entrada no Brasil (como recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa), o uso de passaporte de vacinas em locais públicos e o controle da situação vacinal e a testagem de viajantes no país.
Apesar da queda dos indicadores de transmissão da Covid-19, os (as) cientistas do Observatório da Fiocruz, destacam que é fundamental manter o uso de máscara em ambientes abertos com aglomeração, ambientes públicos fechados e mesmo em ambientes privados fechados em circunstâncias que reúnam pessoas que não coabitam, especialmente os indivíduos de grupos vulneráveis.
Diz o Boletim da Fiocruz que “é importante reforçar a atenção com os níveis de transmissão devido à proximidade da temporada de festas e férias, quando pode haver decisões relevantes quanto à flexibilização de algumas medidas que, equivocadamente, poderiam estar apoiadas em dados de notificação com atrasos ou sujeitos a represamento e/ou não disponibilizados de modo oportuno”, afirmam pesquisadores/as.
Texto: Fritz R. Nunes com informações do Boletim da Fiocruz
Imagens: EBC e UFSM/Agência Da Hora
Assessoria de imprensa da Sedufsm