Entidades questionam reitoria sobre possível retorno de vestibular e Peies SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 04/02/22 10h40m
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Em audiência nesta quinta, 3, Sedufsm salientou que Enem/SiSu democratizou acesso ao ensino superior

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Um possível retorno do vestibular e de um processo seriado, a exemplo do antigo Peies, foi a principal pauta da reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira. 3 de fevereiro, entre as entidades representativas (Sedufsm, DCE e Sinasefe) e a reitora em exercício da UFSM, Martha Bohrer Adaime. No encontro também esteve presente a professora Sônia Cecchin, assessora do gabinete. O assunto começou a circular mais fortemente a partir de recente entrevista concedida pelo reitor Luciano Schuch ao jornal Diário de Santa Maria, em que ele sinaliza ser possível resgatar formas anteriores de ingresso na universidade, a exemplo do vestibular e do processo seriado aos moldes do Peies, ambos extintos desde 2014, quando a instituição passou a aderir integralmente ao Enem/SiSu.

De início, Martha comentou, na reunião desta quinta, que a ideia de revisar o processo seletivo para ingresso na UFSM não nasceu com a nova gestão da reitoria. “Há pouco mais de um ano o professor Paulo Burmann (ex-reitor) solicitou que fizéssemos um estudo sobre as questões de ingresso e evasão, e pensássemos numa proposta alternativa que pudesse diminuir essa questão de evasão em muitos cursos da UFSM.  Apesar de termos um preenchimento de vagas muito grande – mais de 95%, nós temos uma evasão maior. E não se sabe se isso tem a ver com o Enem/SiSU (momento da escolha do curso), que abre essa possibilidade de vários cursos poderem ser escolhidos e, muitas vezes, a vocação do aluno não estar adequada [ao curso que ele escolhe tendo em vista o número de pontos que alcançou]. Então ele entra mas não finaliza o curso. Isso gera muita angústia no aluno”, explicou a reitora.

Contudo, ela assegura que até o momento não há nenhuma proposta concreta a respeito do retorno do vestibular ou do processo seriado. O que se fez é um levantamento, pela Pró-Reitoria de Graduação e pela Pró-Reitoria de Planejamento, dos índices de evasão dos cursos. Agora, tais dados serão levados para conhecimento das unidades de ensino da UFSM, a fim de balizar as reflexões que os cursos realizarão a respeito do assunto.

“A universidade pode reavaliar seus processos seletivos constantemente. Quem toma essa decisão não é a Administração, e sim o CEPE. Mas o CEPE também não pode tomar uma decisão se não tiver embasado [...] Então não temos ainda um diagnóstico da situação”, complementa Martha.

Uma discussão mais profunda sobre evasão

Se um dos principais argumentos levantados para se trazer de volta formas de ingresso como vestibular e processo seriado é a questão da evasão, a diretora da Sedufsm Neila Baldi, presente à reunião desta quinta, propôs que o debate sobre evasão seja feito de forma mais aprofundada. Não se trata de um problema relacionado meramente ao ingresso, diz a docente, mas às condições de permanência desses e dessas estudantes na instituição. “Como a assistência estudantil tem chegado até eles e elas?”, questiona a docente.

Outro ponto central  a ser considerado quando se fala sobre evasão é, para a dirigente sindical, a discussão pedagógica. “Acho que falta discussão pedagógica dentro da instituição. Os nossos currículos atendem às diversidades das e dos estudantes? O tipo de avaliação que nós fazemos atende a essas diversidades? Os professores e professoras atendem? Acho que falta um estímulo para que todas e todos debatam questões pedagógicas. No curso de Dança, por exemplo, percebemos que nosso currículo era eurocêntrico. Era uma dança branca, de elite. Então, em 2019, reformulamos o currículo após ampla discussão com alunos e egressos”, compartilha Neila, que é docente do curso de Dança-Licenciatura. Para ela, o retorno do vestibular e de um processo seletivo seriado tenderia a enfraquecer o caráter inclusivo da universidade, visto que reservaria a maior parte das vagas para pessoas de Santa Maria e região.

Interesses do empresariado

Ascísio Pereira e Leonardo Botega também representaram a Sedufsm na reunião desta quinta. Ao lembrar as discussões intensas realizadas ao longo de 2014 sobre por fim ou não ao vestibular e ao Peies, Pereira resgatou os embates travados contra o empresariado local, que advogava contra o fim do vestibular e do Peies, argumentando que ambos os eventos movimentavam a economia local.

“Na época [os empresários] diziam que Santa Maria ia quebrar, fechar o comércio. Eu me perguntava como a cidade sobrevivia com apenas dois dias de comércio. Aquilo era um engodo, um argumento falacioso que não se sustentava. A UFSM se regionalizou mais com o SiSu do que com o vestibular. Os números mostram isso. Subimos de 70 para 90% o índice de regionalização. Precisamos fazer essa desconstrução de mitos a partir de um processo científico e político para não sermos dogmáticos”, salienta Pereira. E é a partir desse processo científico de levantamento de dados na base da universidade que qualquer decisão sobre políticas de ingresso na universidade deve ser tomada, pondera o vice-presidente da Sedufsm.

Na perspectiva de Pereira, a avaliação desse período de Enem/SiSu e de uma possível retomada de processos seletivos próprios demanda duas etapas: uma discussão ampla e aberta com a comunidade acadêmica, e uma posterior discussão com a sociedade externa através de audiência pública.

Ao final da reunião, a reitora foi questionada sobre o calendário acadêmico. Segundo ela, deve ser discutido na reunião do CEPE do dia 11 de fevereiro e questões como o passaporte vacinal e o limite de estudantes por sala para a segurança sanitária deveriam ser encaminhadas junto com o processo para embasar os conselheiros e conselheiras na decisão. Disse que a Projur deveria ter que se pronunciar também sobre a Resolução do CNE que autoriza a continuidade do ensino remoto em situações excepcionais.

 

Texto e prints: Bruna Homrich

Assessoria de Imprensa da Sedufsm 

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