Fonasefe diz que não foi chamado pelo governo sobre o reajuste de 5%
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18/04/22 17h45m
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Fórum de Entidades de Servidores (as) Federais solicitou audiência, já que anúncio foi apenas pela imprensa
A direção do Fórum de Entidades de Servidores (as) Federais (Fonasefe) divulgou nota, na última sexta, 15 de abril, manifestando indignação pela forma como o governo Bolsonaro tem tratado o funcionalismo. Esperando uma resposta desde o dia 18 de janeiro, quando foi protocolada a pauta de reivindicações das e dos trabalhadores (as) do serviço público, que incluiu um percentual de recomposição salarial de 19,9%, as categorias foram surpreendidas, semana passada, com o anúncio do presidente da República, que, para o segundo semestre (1º de julho), concederia um reajuste linear de 5%. Entretanto, não há nada de oficial ainda e o Fonasefe, na quinta, dia 14, solicitou uma audiência com o Executivo para que a negociação efetivamente comece.
O Fórum tem várias interrogações sobre o “anúncio” do chefe do Executivo. Por exemplo: o reajuste seria aplicado sobre o vencimento base, ou sobre o conjunto da remuneração? O suposto reajuste seria dado também às aposentadas e aos aposentados? Na visão do Fonasefe, do qual o ANDES-Sindicato Nacional dos Docentes faz parte, o percentual de 5% é insuficiente diante das perdas já acumuladas- somente nos três primeiros meses deste ano, a inflação acumulada é de 3,20% e a média das previsões para a inflação de 2022 já estão em 7,5%.
Ainda conforme o Fonasefe, há margem tanto no chamado “Teto de gastos” quanto segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal. A nota do Fórum destaca também que existem recursos disponíveis “devido ao superávit fiscal que vem sendo registrado nos últimos meses”. E complementa: “A própria Emenda Constitucional 95, apesar de ser uma aberração introduzida em nosso ordenamento constitucional por um governo sem nenhuma legitimidade, de Michel Temer, permite o crescimento dos gastos”.
Escândalos e gastos desnecessários
No texto divulgado, o Fonasefe cita o desperdício de recursos públicos que vem sendo denunciado através de escândalos em diversas áreas, que foram trazidos pela CPI da Covid, e, mais recentemente, com a história da intermediação de recursos do Ministério da Educação, por lideranças religiosas que não tinham qualquer autorização para tal.
O Fórum cita também “os gastos exorbitantes, tanto das Forças Armadas com itens como remédios pra disfunção erétil, aplicações estéticas de botox, remédios pra calvície e itens de alimentação e bebidas de luxo aos generais, quanto no cartão corporativo”, agravado pelo governo que, em resposta às críticas, “coloca sigilo de 100 anos sobre agenda com pastores, nos gastos, permitindo ao ‘centrão’ praticar todo tipo de fisiologismo, prejudicando a função primordial do Serviço Público Federal”.
Convite à mobilização
A Nota do Fonasefe encerra com um convite à mobilização de servidoras e servidores federais:
“Seguimos na luta e convidamos todas as categorias do serviço público federal a continuar a campanha salarial, construindo ou aumentando as greves e mobilizações, pressionando o governo e fortalecendo a Semana Nacional de Lutas em Brasília de 25 a 29 de abril, especialmente com paralisações das categorias que ainda não aderiram ao movimento paredista e atos conjuntos das categorias em greve e em mobilização pela justa recomposição salarial de quem serve ao Brasil”.
Confira abaixo, em anexo, a íntegra da nota do Fonasefe.
Texto: Fritz R. Nunes
Imagem:ANDES-SN
Assessoria de imprensa da Sedufsm