Dica: recomendação é leitura imprescindível de ‘Como as democracias morrem’ SVG: calendario Publicada em 20/04/22 15h24m
SVG: atualizacao Atualizada em 20/04/22 15h29m
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Professor Antonio Lemos descreve sobre atualidade da obra dos cientistas políticos Steven Levitsky e Daniel Ziblatt

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Obra impressa em 2018 analisa problemas em democracias da América Latina e da Europa

Nesta quarta, 20 de abril, a dica cultural é para uma leitura durante o feriado, se estendendo aos próximos dias. Uma leitura densa, mas de grande profundidade, conforme indica o professor aposentado do departamento de Ciências Administrativas da UFSM, Antonio Carlos Freitas Vale de Lemos. A sugestão, nesses tempos bicudos na política, é a obra “Como as democracias morrem”, de autoria dos professores de Ciência Política da Universidade de Harvard, Steven Levitsky e Daniel Ziblatt. A publicação tem 272 páginas e pode ser adquirida em livrarias virtuais por valores entre 46 e 50 reais.

Sobre a importância de lê-la, o professor Lemos resume: “Neste ano de 2022 teremos eleições no Brasil e com certeza é o momento que se deve dar importância à política e ao destino de nosso País. Esta publicação dos professores da Universidade de Harvard, Levitzky e Ziblatt, da ed. Zahar (2018), tem um papel preponderante para a leitura e contribuição de ocorrências que possam colocar em dúvida o Estado Democrático.” Acompanhe o texto sobre a dica cultural abaixo.

Como as democracias morrem

            “Um livro perspicaz e muito bem fundamentado sobre como a democracia está sendo enfraquecida em dezenas de países – e de forma perfeitamente legal.”

                                                                                   Fareed Zakaria, CNN

...os autores passaram mais de 20 anos estudando o colapso dos regimes democráticos na Europa e na América Latina. Oferecem uma análise alarmante do processo de subversão da democracia que ocorre em vários países do mundo à atual onda populista de extrema direita na Europa, passando pelas ditaduras militares da América Latina dos anos 70. A democracia atualmente não termina com uma ruptura violenta nos moldes de uma revolução ou de um golpe militar; agora, a escalada do autoritarismo se dá com o enfraquecimento lento e constante de instituições críticas – como o Judiciário e a Imprensa...


“Vive-se um momento de fundamental importância para as instituições democráticas em nosso País. Daí que concluí ser necessário que se aborde de todas as formas os instrumentos que estão sendo utilizados e tentados para que de alguma maneira se modifique o viver em liberdade, que é a característica de nosso povo.

Embora alguns demagogos eleitos assumam o cargo com um plano autocrático, este não é o objetivo de muitos deles. A ruptura democrática não precisa de um plano. Ela pode resultar de uma sequência não antecipada de acontecimentos – uma escalada de retaliações entre um líder demagógico que não obedece a regras e um establishment político ameaçado.

As democracias em países como a Argentina, Brasil, Gana, Grécia, Guatemala, Nigéria, Paquistão, Peru, República Dominicana, Tailândia, Turquia e Uruguai morreram desta maneira. Democracias podem morrer não por mãos de generais, mas de líderes eleitos – presidentes que subvertem o próprio processo que os levou ao poder.

Contudo, são as salvaguardas constitucionais em si mesmas suficientes para garantir a democracia? Acredita-se que a resposta seja não. Se as regras constitucionais bastassem, figuras como Peron, Marcos e Getúlio Vargas teriam sido presidentes de um ou dois mandatos, em vez de autocratas notórios.

Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, os autores do livro

Mais recentemente, como sabemos de Alberto Fujimori, Hugo Chávez e Recep Erdogan. O ex-presidente Donald Trump seguiu um roteiro semelhante. Iniciou seu mandato lançando ataques contundentes contra seus adversários. Chamou a mídia de “inimiga do povo americano”, questionou a legitimidade de juízes e desencadeou desânimo, choque e ódio em todo o espectro político.

Aliás, ao que parece, teve seguidor aqui em nosso País, embora isto não esteja registrado no trabalho destes autores norte-americanos, cuja obra foi lançada em 2018. Mas teve seguidor e se está acompanhando no Brasil.

A lição central deste livro nos mostra que as normas a serem seguidas são a tolerância mútua e a reserva institucional. Tratar rivais como concorrentes legítimos e contrabalançar ou neutralizar ambições, mesmo diante da imperfeição de líderes políticos é o plausível.

Devemos tirar lições de nossa própria história. Coalizões são muito importantes pró-democracia. Acordos convergentes são importantes, mas não bastam para defender a democracia. As coalizões mais significativas são aquelas que reúnem grupos com opiniões diferentes – e mesmo opostas – sobre muitas questões, é o que afirmam os autores.

Neste ano de 2022 teremos eleições no Brasil e com certeza é o momento que se deve dar importância à política e ao destino de nosso País. Esta publicação dos professores da Universidade de Harvard, Levitzky e Ziblatt, da ed. Zahar (2018), tem um papel preponderante para a leitura e contribuição de ocorrências que possam colocar em dúvida o Estado Democrático.”
 

Professor Antonio Carlos Freitas Vale de Lemos

Aposentado do Departamento de Ciências Administrativas do CCSH/UFSM.


Imagens: Divulgação e Arquivo Pessoal
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)

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