Quais as expectativas sobre a quinta nova gestão do MEC?
Publicada em
20/04/22 15h57m
Atualizada em
20/04/22 16h07m
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"Não temos muito o que esperar do novo ministro da Educação”, afirma diretor da Sedufsm
Na última segunda-feira, 18 de abril, o presidente Jair Bolsonaro oficializou o nome do quinto ministro a ocupar o Ministério da Educação (MEC). Victor Godoy Veiga ocupava a pasta interinamente desde 30 de março, quando o anterior, Milton Ribeiro, renunciou após desgastes devido a diversas denúncias contra a sua gestão frente à pasta. Quais as expectativas em relação ao novo titular?
"Não temos muito o que esperar do novo ministro. A política do governo Bolsonaro é evidente: o desmonte das políticas públicas e o aparelhamento do Estado. Na educação não é diferente. Enquanto programas de acesso e permanência nas universidades têm sido desmantelados, os pastores que o apoiam e o ‘centrão’ fazem a farra”, afirma o primeiro-tesoureiro da Sedufsm, professor Leonardo Botega. E acrescenta: “A única coisa que temos que esperar de um governo marcado pelo autoritarismo, pelo negacionismo e pela corrupção, é o seu fim."
A dança das cadeiras no Ministério da Educação (MEC) não é nenhuma novidade. A pasta vem sendo alvo de disputas dentro do governo Bolsonaro e cada ala - olavista e militar - insiste em emplacar seu indicado, um que atenda sua agenda anticiência, conservadora e privatista. Desde então, a pasta tem sido alvo constante de críticas e manifestações de várias entidades ligadas à educação, entre elas o ANDES-SN, contra a agenda de ataques à educação pública, gratuita, laica e de qualidade.
Milton Ribeiro, o último a ocupar o cargo de ministro, teve seu mandato - julho de 2020 a março de 2022 - marcado por declarações LGBTTIfóbicas, capacitistas, além de falas excludentes. O ex-ministro também ficou conhecido pelo seu negacionismo, ao proibir, por meio de um despacho, as instituições federais de ensino de cobrar comprovante de vacinação no retorno das aulas.
Já o novo ministro Victor Godoy Veiga assume a pasta com a possibilidade de ser chamado a responder as perguntas das senadoras e dos senadores que compõe a Comissão de Educação do Senado sobre um suposto favorecimento a pastores na distribuição de verbas públicas, em uma espécie de gabinete paralelo no MEC, comandado pelo seu antecessor. Veiga era secretário-executivo da Educação na época.
Currículo
Victor Godoy Veiga é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela Universidade de Brasília (UNB) e pós-graduado em Altos Estudos em Defesa Nacional na Escola Superior de Guerra, segundo currículo disponibilizado no site do Ministério da Educação. Na Escola Superior do Ministério Público especializou-se em Globalização, Justiça e Segurança Humana. É servidor público da carreira de auditor federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU) desde 2004 até virar secretário-executivo do MEC em julho de 2020, quando Ribeiro passou a chefiar a pasta. Antes disso, sua experiência profissional não esteve relacionada ao campo da Educação.
Texto: Fritz R. Nunes com informações do ANDES-SN
Foto: Luis Fortes/MEC
Assessoria de imprensa da Sedufsm